A Santa Aliança

(Carla ScalaEjcveS) #1

Claudia e Eva cruzaram os Apeninos, em direção a Roma, enquanto Eva
explicava tudo. Falou do desenho de Malte, do torpedo de Brix, dos horários que
não batiam. A italiana não pareceu ficar surpresa nem uma vez sequer. Pelo
contrário: Eva teve a sensação de estar contando um filme a alguém que já o tinha
visto.



  • OK, então – disse Claudia quando se fez nova pausa. – Você já sabe muita coisa.

  • Eles o mataram. Descobri a prova disso. Mas quem é essa gente? E por que
    fizeram aquilo?

  • Você precisa perguntar é quem era ele – disse Claudia. – Brix.

  • OK. Ele era o quê?
    Claudia sorriu, um sorriso repentino que pegou Eva de surpresa.

  • É um homem maravilhoso – disse a italiana. Naquele instante, Brix voltava a
    estar vivo na lembrança de Claudia. Eva viu isso nos olhos dela. É assim que
    mantemos vivos os mortos, recordando um carinho, uma palavra dita, do mesmo
    jeito que Eva tinha feito com Martin. – Mas já nasceu com um compromisso –
    continuou Claudia. – Os pais dele conheciam a família real.

  • A dinamarquesa?

  • E as outras. Ele era parte de toda aquela palhaçada.

  • Você também?

  • Eu?! – Claudia riu. – Sou dona de um hotel numa província italiana de que
    pouca gente ouviu falar. Sou a namorada de infância. Eu era a lembrança que ele
    tinha de outra vida. E ele era minha lembrança de amor. Nós dois brincávamos
    juntos e éramos uma coisa muito especial um para o outro. Uma coisa que nós dois
    queríamos recuperar: a inocência.

  • O que você quer dizer quando fala de “toda aquela palhaçada”?
    Claudia balançou negativamente a cabeça, mas Eva a pressionou.

  • Foi você mesma que disse. Eles estão por toda parte. Você vai ter que falar. É a
    única coisa que pode proteger você. Proteger você e proteger a nós duas. Quanto

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