- os cidadãos, os políticos, os tomadores de decisão –, deveria trabalhar para sanar.
Era preciso cerzir o tecido para que ninguém escorresse para fora dele. Assegurar
que todos desfrutassem uma vida de paz e tranquilidade.- Ei, você! – gritou para Marcus uma das mulheres, em tom agressivo, o tom
gélido das ruas. - Sim?
- Tem cigarro?
Marcus se aproximou e, evitando todo contato físico, deu à mulher uma nota de
cinquenta coroas. - Agora você mesma compra – ele disse.
Atravessou a rua. Ficou parado um instante, procurando duas coisas: o melhor
lugar para instalar a câmera e algum indício de que Trane e os outros estivessem por
perto. Não viu sinal nenhum de que estivessem por ali. Nenhum veículo que
pudesse relacionar ao Systems Group. Ninguém com comportamento suspeito.
Voltou à entrada do abrigo e olhou para cima. Para as janelas da frente. Os andares
do prédio. Teria Trane se instalado num deles? Estaria ele sentado lá em cima, atrás
das janelas, à espreita de Eva? Vigiando quem ia e vinha? Talvez; Marcus não podia
descartar essa possibilidade. Mas, não, ele não acreditava nisso. Teria sido muito
complicado. Conseguir acesso a um dos andares iria requerer tempo. Outros
indícios? Não, Marcus não viu nenhum. De resto, não era certeza que Trane já
soubesse o que Marcus sabia, ou seja, que Eva estava morando num daqueles
abrigos.
Prestou atenção ao que lhe parecia mais importante no momento – achar um
local apropriado para a câmera. Na iluminação pública? Não, não poderia subir lá
em cima sem chamar a atenção. A placa de estacionamento? Não, pareceria
esquisito. As duas mulheres começaram a andar e entraram numa venda, batendo
papo e dando risadas, de novo amigas. Havia outra placa de trânsito mais abaixo; só
que estava longe demais. O bar em frente seria melhor. Na parte superior da grade.
- Ei, você! – gritou para Marcus uma das mulheres, em tom agressivo, o tom
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1