empunhou a faca com força. Ele esticou o braço para agarrar Eva. Ela tentou
esfaqueá-lo, mas ele se esquivou, pegou-a pelo braço, torceu-o e obrigou-a a se
agachar. Eva tornou a tentar cravar a faca no homem. Deu contra alguma coisa, o
suficiente para que o homem a soltasse. Eva voltou a ficar de pé. Fugiu para cima.
Dois degraus, três. Olhou para trás; não o via em lugar nenhum. Tinha sumido.
Talvez ela o tivesse ferido. Nem tinha tido tempo de assimilar isso quando, de
repente, viu o rosto dele a poucos centímetros do seu. Era outro homem, não o que,
na catedral, tinha lhe falado de achar papel de protagonista numa vida melhor.
Devia tê-lo escutado; agora estava frente a frente com mais um deles. O homem a
segurou pelo pulso e o torceu; a faca caiu no chão. Uma pancada na cabeça; ficou
tudo preto, ela desmaiou. Quando tornou a sentir alguma coisa, foram as mãos dele
ao redor do pescoço. Era assim que ele pretendia fazer? Nada de armas, nem sequer
uma pedra, do jeito que os homens primitivos se matavam uns aos outros antes que
alguém tivesse tido a ideia de usar arma? Escuridão. Eva estava bem. Não fosse a dor
no pescoço, teria sido uma sensação bem-vinda, aquele final. O homem era muito
forte. Estavam os dois estendidos na escada. A cabeça de Eva no degrau superior,
com a nuca contra a quina. Com a ponta dos dedos, ela estava tocando algo,
provavelmente o corrimão. Perdeu a consciência por um instante. Tinha morrido?
Não, ouvia a própria respiração, rouca e sibilante. Ele a havia soltado. Sentiu gosto
de uma coisa que podia ser sangue, e de repente ouviu algo novo, uma voz que
gritava. Viu os dois homens e pensou: “Por que tinham que vir dois para acabar
comigo?” A faca estava ali ao lado. Pegou-a. Voltou a olhar para os dois homens.
Estavam brigando? Um tentava bater no outro. Um grito ou dois; um dos homens
caiu, e o outro veio atrás dela. Eva já tinha se levantado. Agora os movimentos do
homem eram lentos; ele tentou agarrar Eva. “Deixe-o chegar perto”, pensou
consigo mesma. “Mais perto, venha.” Foi quando conseguiu ver os olhos dele,
aqueles olhos tão bonitos que tinham mentido para ela, que a tinham feito
acreditar que poderia sair ilesa dessa. O sorriso dele se congelou. O homem baixou
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1