A Santa Aliança

(Carla ScalaEjcveS) #1

  • Em que você tinha pensado?

  • Conheço o diretor-geral de polícia de Copenhague. O nome dele é Hartvig.

  • E conhece bem?

  • O bastante para tentar. Ele esteve no Iraque. Treinou policiais de lá. É um bom
    homem. Cruzei com ele algumas vezes.

  • E por que esse Hartvig nos ajudaria?

  • Porque representamos a família do morto. E porque a família está sofrendo e
    não quer uma autópsia demorada. Ela quer apenas que liberem o corpo o quanto
    antes, para que possam realizar o funeral e tocar a vida adiante. Só a imprensa é que
    vai tirar proveito da demora.

  • E a irmã de Brix?
    Marcus baixou os olhos. Pois é, o que acontecia com a irmã?

  • É o nosso único fator de incerteza – disse David.
    Marcus pensou: pela primeira vez em muito tempo, David tinha dito a coisa
    certa. Hans Peter Rosenkjær nunca falaria. A irmã do morto era o único elo fraco.

  • Você está pensando em quê?

  • Temos que vigiá-la pelos próximos dias – disse Marcus –, para garantir que não
    desabe, não dê com a língua nos dentes.

  • E se ela não colaborar?

  • Ela vai. Você vai precisar ver como está o ambiente, se a hostilidade da irmã por
    nós aumenta ou se ela aceita as coisas do jeito que estão. OK?

  • OK.

  • Ótimo. Agora vá.
    David obedeceu. Estava indo para a porta quando Marcus o chamou.

  • David?
    David se voltou.

  • Você esteve bem ontem. Tem sido uma honra servir ao seu lado, soldado.
    O outro esboçou um sorriso, um sorriso que se diria de orelha a orelha, e fechou a

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