perguntando.
- E por isso – insistiu Torben, e levantou um pouco mais a voz, sem olhar para
Kamilla – é importante para mim que realizemos esta reunião e concordemos em
dar atenção especial ao Malte, à situação psicológica dele. Para isso, temos que nos
comprometer a observar mesmo os pequenos indícios, para ajudá-lo o melhor que
pudermos.
A maioria assentiu com a cabeça. Kamilla também. - Mas é claro – ela disse. – Sem dúvida nenhuma. Eu apenas queria garantir que
concordamos em que as pessoas não são mais importantes só porque são damas de
companhia da Casa Real.
Anna assentiu, não tanto para responder a Kamilla quanto para dar a entender
que a reunião estava prestes a terminar. - Bem, acho então que já acabamos – disse a subdiretora, em tom enfático. –
Mais alguma pergunta?
Eva hesitou. Teria chegado o momento de mostrar o desenho? Devia avisá-los da
estranha circunstância de que, um dia antes do suicídio do tio, o menino tivesse
enfiado em sua bolsa um desenho tão inquietante? A porta se abriu, e as primeiras
pessoas começaram a sair da sala. Kamilla ficou esperando enquanto Torben
consultava o iPhone. - Sim? – ele disse, e olhou para Kamilla.
“Não”, pensou Eva, e saiu com os outros. A última coisa que ouviu foi um toque
de telefone. A dama de companhia, talvez? Dama de companhia, princesa consorte.
Eva tornou a recordar aquele desenho alarmante, o sangre que fluía do homem
ruivo e formava uma poça. Torben tinha chamado de suicídio, mas, no desenho de
Malte, ficava evidente que se tratava de homicídio.