20 — exércitos do mundo
D
depois de quase duas décadas de
“cuidar” do quintal – as ex-repúblicas
soviétcas, em partcular o confronto
com grupos islâmicos da Chechênia –,
as Forças Armadas da Rússia estão de
volta ao cenário militar mundial. Nos
últmos anos, o país anexou a Crimeia,
reforçou suas posições no Leste Eu-
ropeu, bombardeou bases da oposição
na Síria, realizou testes em conjunto
com as Forças Armadas da Venezuela,
invadiu o espaço aéreo da Turquia e
do Alasca, além do espaço marítmo
da Inglaterra e do Japão, e quase tom-
bou com um navio americano no mar
da China Oriental. É muita coisa, para
um país que, nos anos 1990, aceitava
dinheiro dos Estados Unidos para ga-
rantr a manutenção mínima de seus
artefatos militares atômicos e, até dez
anos atás, havia abandonado as bases
militares muito distantes de casa... por
falta de dinheiro para o combustível das
aeronaves e das embarcações.
É um cenário muito diferente, de
fato. Desde o fim da União Soviétca,
em dezembro de 1991, o que se via era
a mais completa decadência. Navios em
processo de constução foram simples-
mente abandonados ou vendidos para
a China, ao mesmo tempo em que 40%
dos aeroportos militares não tnham
condições de uso. Enquanto os russos
sofriam para contolar a Chechênia,
em 1996, quato pilotos de MiG-31 en-
tavam em greve de fome – estavam
desesperados, como dezenas de seus
colegas, porque não recebiam salário
fazia meses. Para colocar a conta em
dia, foi preciso abandonar a manu-
tenção de uma série de aeronaves e
instalações militares.
Demorou muito para que a Rússia
se recuperasse do desmembramento da
URSS. Milhares de soldados instalados
nos países-satélites juraram lealdade
aos novos presidentes dos locais onde
estavam instalados, especialmente na
Polônia e na Ucrânia. A tentatva de re-
forma ao estlo neoliberal, intoduzida
pelo primeiro presidente russo da nova
fase, Boris Yeltsin, reduziu os quadros
militares sem garantr a manutenção
da infraestutra mais básica. Antgos
aliados que viviam do suporte finan-
ceiro soviétco, como Cuba e Angola,
desmoronaram, o que também reduziu
consideravelmente a influência global
de Moscou.
Até que Vladimir Putin subiu ao
poder em 1999 – e por nada desceu.
Desde então, ao longo destes 20 anos ele
alterna ente as funções de presidente e
primeiro-ministo. Putn, ente tantas
ações, busca resgatar o stats de super-
potência da era soviétca. Reatvando,
por exemplo, as paradas militares gran-
diosas e as exibições de navios e aero-
naves de combate. Mas só conseguiu
começar a mudar a sitação, de fato, a
partr de um projeto de reforma total
das Forças Armadas. Lançada em 2008,
a iniciatva ainda demorou alguns anos
para começar a mostar os resultados
espantosos que, nos últmos anos, vêm
impressionando (e preocupando) a co-
munidade internacional.
Cartão de visitas
Veja o caso das ações militares na Síria.
A partr de setembro de 2015, os russos
enviaram 63 mil militares para fortale-
cer as posições do governo de Bashar
al-Assad, ditador do país desde 2000,
atacando locais contolados por grupos
opositores armados, alguns deles lide-
rados pelo Estado Islâmico. Até que os
russos começassem a se desmobilizar,
Mikoyan
MiG-
Caça multifunção
velocidade Máx. (Mach 2,23)
2.600 k
coMpriMento: 17 m
enverGadura: 12 m
altura: 5,2 m
peSo vazio: 19 Kg
peSo MáxiMo: 24,5 kg
arMaMento:
canhão GSh-30-1,
foguetes S-8, S-13,
S-24, S-25L, S-250,
suporte para até 500
quilos de bombas
Exércitos do mundo Rússia
0
0