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Capítulo 26
CARDIOMIOPATIAS
Hugo Leonardo Medeiros Vieira e
Fabrício Nogueira Furtado
INTRODUÇÃO
Condições cardiovasculares como hipertensão, valvopatias, doença isquêmica
coronariana e cardiopatias congênitas podem levar a variados graus de disfunção
ventricular e até insuficiência cardíaca. Alguns pacientes, porém, apresentam disfunção
cardíaca sem que se possam encontrar tais condições em seu histórico médico
pregresso.
A definição mais aceita atualmente, adotada pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) e pela European Society of Cardiology, define cardiomiopatias como o grupo de
doenças em que a característica dominante é o envolvimento do músculo cardíaco
propriamente dito. Podem ter diversas etiologias, mas não resultam de doenças do
pericárdio, doença hipertensiva, cardiopatias congênitas, doença isquêmica ou valvar.
CLASSIFICAÇÃO
As cardiomiopatias (CMP) podem ser classificadas em (Tabela 26.1):
Dilatada: dilatação e comprometimento da função ventricular esquerda ou
biventricular
Hipertrófica: hipertrofia ventricular direita e/ou esquerda, muitas vezes com
comprometimento assimétrico do septo ventricular, exceto quando consequência de
hipertensão arterial sistêmica
Restritiva: enchimento restritivo, com redução do tamanho diastólico de um ou ambos
os ventrículos e com função sistólica preservada ou discretamente reduzida
Arritmogênica do ventrículo direito: substituição progressiva do ventrículo direito e,
em alguns casos, de parte do esquerdo por tecido fibrogorduroso
Não classificável: doenças do miocárdio que não preenchem critérios para as
categorias anteriormente descritas
Específica: valvares, isquêmicas, congênitas, hipertensivas e inflamatórias.