Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1

Capítulo 31


ANTIAGREGANTES E ANTICOAGULANTES


Cristiano Freitas de Souza e
Débora Leonor de Mello Junqueira

INTRODUÇÃO


O crescente aumento de evidências do emprego de novos antiagregantes e
anticoagulantes traz muitas alternativas ao uso clínico, com sua validação para
tratamento de síndromes coronarianas agudas, tromboembolias venosa e pulmonar e
para profilaxia de eventos tromboembólicos.


ANTIAGREGANTES


ÁCIDO ACETILSALICÍLICO


Inibidor inespecífico e irreversível da enzima ciclo-oxigenase (COX), a qual está
presente nos mais diversos tecidos (COX-1) e pode ser induzida por citocinas
inflamatórias (COX-2). Inibindo-se a COX, o ácido araquidônico (lipídio de membrana)
não é convertido em prostaglandinas e tromboxano A2, resultando em efeitos anti-
inflamatórios, antipiréticos e antiagregantes do ácido acetilsalicílico (AAS).
Utilizado para prevenção e tratamento de acidente vascular cerebral isquêmico
(AVCi), doença coronariana, doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) e prevenção
de morte súbita. Tem rápida absorção gastrintestinal alta e inibição plaquetária em 40 a
60 min. Não há necessidade do ajuste de dose para peso ou função renal.
Contraindicado a pacientes com hepatopatia grave, hipersensibilidade conhecida,
úlcera péptica ativa e discrasia sanguínea grave.


CLOPIDOGREL
Derivado tienopiridínico que inibe irreversivelmente o receptor P2Y12 da adenosina
difosfato (ADP) – outra importante via de agregação plaquetária. Seu uso em síndrome
coronariana aguda (SCA) teve início com o estudo CURE (Clopidogrel in Unstable
Angina to Prevent Recurrent Events), que avaliou o uso de AAS isolado em
comparação com a associação entre AAS e clopidogrel no cenário da angina instável
de risco intermediário ou alto e infarto agudo do miocárdio sem desnivelamento do
segmento ST (IAMSSST). Tal estudo mostrou redução do risco relativo de 20% em

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