Clipping Jornais - Banco Central (2022-04-24)

(Antfer) #1

Melhor dieta para começar o ano


Banco Central do Brasil

Jornal O Globo/Nacional - Saúde
domingo, 24 de abril de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Claudia Cozer Kalil Endocrinologista;
coordenadora do Núcleo de Obesidade e Transtornos
Alimentares


Fala-se sempre que depois do carnaval começa o
verdadeiro ano letivo, e junto com ele o projeto de
perder peso. Neste ano, esse objetivo será
especialmente desafiador. Afinal, além das tradicionais
festas de fim de ano, as férias e o atraso na data do
carnaval, estamos saindo de dois anos de reclusão. Os
primeiros quatro meses de 2022 foram dedicados à
socialização e à confraternização. Agora vem a
pergunta - qual a melhor dieta a ser feita?


Em janeiro, a U. S. News and World Report anunciou
que, pelo quinto ano consecutivo, a dieta do
Mediterrâneo foi eleita a melhor. Essa escolha é
baseada não só nos resultados para perda e controle do
peso, como nos efeitos benéficos sobre o sistema
cardiovascular e níveis glicêmicos. Obviamente não
precisamos nos adaptar a um perfil alimentar de uma
outra região ou povo. Analisamos os princípios dessa
dieta e observamos que ela é baseada na ingesta maior
de grãos, frutas, legumes, verduras e carnes magras.


Evita-se principalmente açúcares e excesso de
carboidratos refinados, produtos ultraprocessados e
ricos em gordura. Destaque-se que não existe uma
orientação proibitiva de um produto ou grupo alimentar,
mas uma orientação de qualidade, quantidade e
frequência.

O Brasil, de forma pioneira e inovadora, atualizou em
2014 seu Guia Alimentar para a População Brasileira
criando um instrumento não prescritivo para incentivar a
promoção de práticas alimentares saudáveis e
sustentáveis, que consideram os impactos social,
cultural e ambiental, e orienta nosso olhar para a
qualidade alimentar, usando como modelo um quinto
dos brasileiros identificados na Pesquisa de
Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009 com 85%
ou mais da sua ingesta vinda de alimentos in natura ou
minimamente processados, como o recomendado pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) e com
parâmetros similares à dieta do Mediterrâneo. Nosso
guia se tornou uma referência para outros países que se
encontram em fase de discussão para o
desenvolvimento e atualização de seus guias.

É imperativo olharmos para essa proposta e
compreender que esse caminho requer mudanças de
hábitos e organização pessoal. É o momento em que
ficamos mais suscetíveis a um projeto mais simples e
imediato. Nesse âmbito, encontramos várias outras
dietas tentadoras e com propostas milagrosas. Optamos
pela lei do mínimo esforço imaginando que seguir um
'detox' de alguns dias ou aplicar um 'soro' é o caminho
mais adequado para normalizar o peso e as alterações
metabólicas.

Engana-se quem acredita que jejuar, cortar determinado
grupo alimentar ou se restringir a um determinado
produto tem a garantia de atingir índices saudáveis. A
ideia do caminho mais fácil e curto não traduz
resultados duradouros e benéficos. Muito pelo contrário,
aumentamos os riscos de transtornos alimentares,
déficits de vitaminas e proteínas, a perda óssea e
muscular, além das chances de se tornar o famoso ioiô
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