Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-15)

(Antfer) #1

Juca Kfouri - A saga dos Danilos


Banco Central do Brasil

Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Esporte
domingo, 15 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Juca Kfouri Jornalista e autor de "Confesso que
Perdi". É formado em ciências sociais pela USP


O primeiro foi Danilo (19201996), o Príncipe, carioca da
gema, revelado pelo America de José Trajano, volante
da seleção na Copa de 1950, campeão pelo Vasco do
primeiro Campeonato Sul-Americano de clubes, em
1948, reconhecido pela Conmebol como equivalente à
Libertadores, o que, no caso, faz sentido.


Também ganhou, pela seleção brasileira, a Copa
América de 1949, além de ter sido tetracampeão carioca
no Expresso da Vitória.


Vítima de atropelamento que causou 39 fraturas nas
duas pernas, ao voltar ao futebol, depois de 18 meses,
nunca se soube precisar, nem ele mesmo o fazia, se era
destro ou canhoto.


Até como treinador fez a América, em 1963, quando
surpreendeu o continente ao levar a seleção boliviana
ao título da Copa.


O apelido já revela o estilo, a elegância com que


desfilou pelos gramados entre 1939 e 1956. Quem o viu
jogar não titubeia ao dizer que foi dos melhores de
todos os tempos.

O segundo foi o mineiro Danilo Gabriel de Andrade, 42
anos, o Zidanilo, menção ao fabuloso meio-campista
francês Zinedine Zidane.

Revelado pelo Goiás e campeão mundial pelo São
Paulo e pelo Corinthians, ele é desses casos
inexplicáveis por nunca ter vestido a amarelinha.

Além dos títulos da Copa Libertadores em 2005 e 2012,
e dos Mundiais nos mesmos anos, ganhou quatro vezes
o Campeonato Brasileiro, uma pelo São Paulo e mais
três pelo Corinthians.

De quebra, foi tetracampeão paulista e goiano,
campeão da Série B pelo Goiás e tricampeão japonês
pelo Kashima Antlers, além de campeão da Recopa Sul-
Americana pelo Timão.

Canhoto, jogava com frieza e elegância
impressionantes, embora, fisicamente, mais parecesse
um técnico em contabilidade do que um jogador de
futebol. Talvez por isso tenha contabilizado tamanha
quantidade de títulos.

Finalmente, o terceiro é o baiano e também canhoto
Danilo dos Santos de Oliveira, 21, volante do Palmeiras
que Tite acaba de convocar pela primeira vez para a
seleção.

Já tem duas Libertadores, uma Copa do Brasil, uma
Recopa Sul-Americana e um título paulista, além de ter
ganhado a Bola de Bronze pelo desempenho no
Mundial de Clubes.

Segundo Tite, a atuação dele no Mundial acabou
decisiva para a convocação.

Este novo Danilo, destinado a honrar a trajetória dos
dois anteriores, ainda não tem apelido consagrador,
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