Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-15)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Ilustradíssima
domingo, 15 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

sucesso. Para a atriz, a dificuldade de ambos em se
relacionar reflete os conflitos da uma geração de
transição, que aprendeu a acreditar no amor romântico,
mas que hoje o questiona.


'O mundo em 20 anos sofreu uma grande revolução.
Como é que a gente vive esse amor em tempos de
liberdade, mas também de muita carência e
insegurança?', indaga ela.


Casada com o diretor Henrique Sauer desde 2013,
Tainá afirma que está atualmente em um
relacionamento monogâmico, mas que já teve outras
relações que 'não foram exatamente neste acordo" Para
ela, o assunto ainda é um tabu na sociedade. 'Eu,
sinceramente, me questiono até que ponto não é uma
questão imposta pela igreja lá atrás', reflete. 'Acho que a
gente tem que estar livre e aberto para ser feliz. Se isso
nos aprisiona, para que manter?'


Giane compartilha de visão semelhante. 'Cada relação
que você tem, você tem que procurar como ela pode
funcionar, como ela pode existir, como ela pode te
suprir. Eu sempre questiono também a monogamia. No
mínimo, eu fico sempre atento: será?'. 'O quanto ela é
natural', completa atriz. 'É... o quanto ela é natural',
concorda ele.


Para Giane, o tema não tem estado presente em sua
vida, já que 'faz muito tempo' que ele não vive um
relacionamento sério. 'Muito [tempo] mesmo... e eu
estou curtindo muito ser solteiro', acrescenta.


'Eu sempre quero [um novo amor], eu sou escorpião, eu
gosto de aprofundar, mas eu não necessariamente
preciso estar em um relacionamento. Eu deixo a vida
fluir', diz.


No primeiro ano da pandemia, o ator afirma ter se
reconectado com a família e com os amigos. 'Eu trouxe
a minha mãe para ficar comigo. Vivi uma outra coisa
que fazia tempo que eu não vivia por que eu estava
muito no mundo, vivendo histórias gostosinhas de amor
que duram um final de semana ou uma semana', afirma.


Em 2020, Giane declarou em entrevista à agência de
notícias EFE que se definia como pansexual, orientação
que reúne pessoas que se sentem atraídas por
pessoas, independentemente da identidade de gênero.
Ele afirma não ter se incomodado com a repercussão da
sua fala porque se sentia maduro para abor dar o
assunto.

'Agora estou conseguindo enxergar direito isso, essa
fluidez. Eu realmente acho tudo possível. E você falar
que tudo é possível não te coloca em um lugar
específico, te coloca em todos os lugares', explica.

'Eu posso estar em todos os lugares no sentido da
vastidão do meu desejo', prossegue. 'Não significa você
querer me agrupar 'então você é isso' ou 'ah, não falei
que ele era gay?' [... ] Talvez seja também gay,
também hétero, também tudo. Tudo pode ser'

O diretor Jorge Farjalla o inter rompe para dizer que o
'ser humano tem essa coisa cafona que é de enjaular as
pessoas dentro de uma gaiola e apontar o que cada um
é e como deve ser'. 'A gente é plural', afirma ele.

'E a gente é fluído também, uma coisa que é hoje não
precisa ser amanhã. Tem pessoas descobrindo a
própria fluidez aos 60 anos', diz Tainá. 'Eu não me
defino em lugar algum, eu vivo o presente. É isso o que
eu quero? Vou fazer agora', acrescenta ela.

'Brilho Eterno' nasceu de uma desilusão amorosa vivida
pelo diretor. A ideia central da peça -e do filme- é a
existência de um método capaz de apagar da memória
as lembranças de um amor.

Vocês usariam tal artifício para esquecer uma grande
desilusão?, questiona a coluna. Giane e Tainá afirmam
que atualmente não, mas que no passado, talvez,
topassem. 'Já tive dores de amor de ficar no buraco.
Mas hoje em dia, com a maturidade, entendo que até
isso foi perfeito. Não apagaria da memória porque foi
muito importante para entender um monte de coisa' diz
o ator.

Nos palcos, Giane está bem diferente da imagem do
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