PLATAFORMAS - As mídias sociais são espaços de liberdade?
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Revista Meio & Mensagem (2)/Nacional - Opinião
segunda-feira, 23 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas
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Autor: FELIPE BOGÉA
Se, de um lado, sinaliza propostas de transparência, de
outro, o passado de Elon Musk indica conceitos de
liberdade de expressão particulares quando a opinião é
contrária à dele
Nas mídias sociais qualquer pessoa pode ser um
produtor de informações e opiniões. A capacidade de
viralização de conteúdo nas plataformas possibilita que
informações de um indivíduo ou grupo alcancem
milhões de pessoas rapidamente. Essa nova realidade
teve impactos sísmicos na comunicação e na forma de
as pessoas obterem informações, influenciando
diretamente na formação da opinião pública em diversas
áreas como: eleições, negócios e valores difundidos na
sociedade. Portanto, é fato que as plataformas de
mídias sociais se tornaram um dos pilares das relações
na sociedade moderna.
Dentro desse contexto, a questão da liberdade de
expressão individual tem dilemas que não existiam.
Como garantir a liberdade de expressão de ideias e, ao
mesmo tempo, limitar a difusão de discursos de ódio ou
fake news que podem ser nocivos para a própria
sociedade? A possível aquisição do Twitter por Elon
Musk reacendeu o debate sobre esse tema. Ao se
afirmar como um "absolutista da liberdade de
expressão” e sinalizar que fará mudanças na
plataforma, ele se colocou no centro da discussão. Por
um lado, suas propostas de divulgar os algoritmos - que
definem a difusão de um conteúdo - e eliminar com os
robôs na plataforma estão na direção positiva de maior
transparência. Por outro, suas ações passadas indicam
que seus conceitos de liberdade de expressão são
particulares quando a opinião é contrária à sua
perspectiva.
A princípio, Musk parece mais interessado na
capacidade de influenciar narrativas do que no potencial
de gerar lucro. Nas palavras dele: “Eu não me importo
com os números financeiros (do Twitter)”. Afinal, o
Twitter é o “patinho feio” entre as big techs e não tem
entregado um lucro consistente. Se entendermos as
plataformas de mídias sociais como um veículo de