ECONOMIA - TIRO CEGO DE BOLSONARO
Banco Central do Brasil
Revista Isto É Dinheiro/Nacional - Economia
sexta-feira, 27 de maio de 2022
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Autor: Paula Cristina e Cláudio Gradilone
Terceira troca de comando na Petrobras em um ano
mostra que, quando o assunto é combustível, o
presidente da República não tem a menor ideia do que
está fazendo.
Uma das poucas piadas publicáveis sobre a nova troca
de comando na Petrobras diz que, dado o histórico
recente, é adequado que o indicado se chame Caio.
Ironias à parte, o fato de o Conselho de Administração
da estatal ter de analisar o terceiro presidente em pouco
mais de um ano – processo que promete não ser tão
fácil como previa Jair Bolsonaro – evidencia um
problema grave. Há um divórcio permanentemente
litigioso entre a gestão da empresa, seu controlador (o
governo) e os milhões de consumidores que dependem
de seus produtos. Sem falar, claro, das centenas de
milhares de acionistas no Brasil e no exterior. A
Petrobras precisa resolver a contradição de preservar
suas margens de lucro e, ao mesmo tempo, manter
controlados os preços dos combustíveis – algo
estratégico em um país onde 78% das cargas circulam
pelo transporte rodoviário. Sem apresentar soluções,
Bolsonaro reproduz na estatal o comportamento que
adota no governo. Um permanente voo cego, em que as
decisões tem alto potencial de provocar tumulto e
probabilidade zero de resolver qualquer problema.
É enorme a tentação de usar a maior empresa
brasileira, que faturou R$ 452 bilhões em 2021, como
ferramenta de política econômica. A descrição de cargo
do presidente da estatal sempre foi muito além do
petróleo. Passou pela atração de capital externo no
governo de José Sarney e pela tentativa de conter a
inflação na gestão de Dilma Rousseff. Isso até Michel
Temer buscar colocar ordem na bagunça. Em 2016, ele
conseguiu aprovar a Lei das Estatais, que passou a
exigir qualificações mínimas para os indicados para os
cargos de diretoria. A Petrobras também alterou seu