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(Antfer) #1

ARTIGO - Lira, Pacheco e Thomas Jefferson


Banco Central do Brasil

Revista Isto é/Nacional - Artigos
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Antonio Carlos Prado


Jair Bolsonaro esteve na Câmara dos Deputados por
sete mandatos. Feitas as contas, isso corresponde a
vinte e oito anos. Jair Bolsonaro está há três anos e


quatro meses no Palácio do Planalto como presidente
da República. Façamos a adição do tempo total vivido
por ele nos Poderes Legislativo e Executivo, e o
resultado girará em torno de três décadas.
Como parlamentar, o capitão foi zero à esquerda, e nas
raras vezes em que abriu a boca só o fez para elogiar
torturador da ditadura militar ou tecer loas aos milicianos
do Rio de Janeiro. No Palácio do Planalto a sua atuação
esteve pautada, desde o primeiro dia, pelo
aparelhamento dos órgãos do Estado e ataques às
instituições democráticas, com o objetivo de
enfraquecer o Estado de Direito e, assim, conseguir
golpeá-lo com a finalidade de eternizar a sua
permanência no comando da Nação. O alvo predileto é
o Supremo Tribunal Federal, que vem conseguindo
barrar as investidas golpistas. Em segundo lugar sofrem
ataques o Tribunal Superior Eleitoral e o Superior
Tribunal de Justiça.
É de suma importância nesse momento pré-eleitoral, em
que Bolsonaro instrumentaliza politicamente as Forças
Armadas ameaçando com golpe caso não vença as
eleições, que o Poder Legislativo se manifeste com
maior frequência, clareza, autoridade e determinação
republicana contra os anseios totalitários do capitão. Até
agora, as falas do presidente da Câmara dos
Deputados, Arthur Lira, e do presidente do Senado e do
Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, são tímidas
demais diante da fúria bolsonarista. Não pode o
Legislativo deixar que o Judiciário arque sozinho, como
tem arcado, com a tarefa de colocar limites ao capitão.
O Judiciário dá o seu recado de forma direta e segura:
“quem ganhar as eleições será diplomado e
empossado”. Faz-se urgente que também Lira e
Pacheco, se de fato são democratas como dizem que
são, estabeleçam parceria nessa luta.
Vale lembrar e difundir a magnífica frase atribuída a
Thomas Jefferson, um dos autores da Declaração de
Independência dos EUA e terceiro presidente do país:
“o preço da liberdade é a eterna vigilância”. A vigília do
Brasil é dizer claramente a Bolsonaro que haverá
eleições, sim, e que o vencedor tomará posse, sim. É
bom avisá-lo de que, em nosso texto constitucional, não
mais consta o princípio segundo o qual “todo poder
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