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Revista Isto é/Nacional - A SEMANA
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas
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Autor: Antonio Carlos Prado e Fernando Lavieri
DIÁSPORA - O trágico recorde de cem milhões de
refugiados em todo o mundo
A diáspora crescente em todo o planeta fez com que,
pela primeira vez, se ultrapassasse na semana passada
o trágico recorde de mais de cem milhões de refugiados
no mundo. A contabilização dos desvalidos que
emigram e colocam suas vidas e a de seus familiares
em risco, fugindo de guerras, da fome e de doenças, é
feita pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados
(Acnur). Um de seus integrantes, Filippo Grandi,
declarou: “cem milhões é um número alarmante e cruel.
É um recorde que nunca deveria ter sido estabelecido.
Ele deve servir de urgente alerta”. Em 2020, quando os
refugiados eram 82,4 milhões, a ONU já não mais se
perguntava se infelizmente nós chegaríamos aos cem
milhões, tal era a certeza, mas indagava, isso sim,
quando alcançaríamos essa perversa marca diante do
aumento de estados nacionalistas e belicosos e da
xenofobia de povos e governos. Além da guerra
provocada pela criminosa invasão da Ucrânia, por parte
da Rússia, o relatório do Acnur cita como grande e
crônico causador do êxodo o quadro de total
desrespeito aos direitos humanos que atualmente é
visto em países como Etiópia, Mianmar, Burkina Fasso
e Afeganistão – nesse último, o governo
fundamentalista do Talibã acaba de decretar que até as
mulheres que trabalham como apresentadoras na
televisão têm de aparecer na tela com o rosto coberto.
Calcula-se que até o final de 2024 poderá dobrar o
número de imigrantes e refugiados.
Partir para não morrer - Com mais de seis milhões de
ucranianos deixando o seu país a partir de fevereiro,
quando começaram os bombardeios e a invasão das
tropas russas ordenados por Vladimir Putin, a Ucrânia
tem papel determinante no total de refugiados e
emigrantes. E nem poderia ser diferente, uma vez que a
atrocidade do presidente russo sequer distingue entre
militares e população civil, mulheres e homens, adultos
e crianças, jovens e idosos. No próprio território
ucraniano, a ONU estima que oito milhões de pessoas