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Revista Isto é/Nacional - A SEMANA
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas
se desloquem frequentemente à procura de pontos mais
seguros. A maioria delas acaba atravessando fronteira
em busca abrigo na Polônia. Segundo Matthew
Saltmarsh, porta-voz do Acnur, cerca de cinco milhões
de refugiados já estão em áreas polonesas.
COMPORTAMENTO - Augusto Aras e a tentativa de
sopapos
Não fica bem a um procurador-geral da República
querer agredir alguém que dele discorde – e não é só
uma questão de etiqueta, o que está em jogo é o
espírito
antidemocrático de quem tenta agredir. Está-se falando
de Augusto Aras, na terça-feira 24, na eleição de
membros às câmaras de Coordenação e Revisão do
MPF. Aras permitiu que o seu aliado Joaquim Barros
Dias fosse votado, mesmo sem estar inscrito — o que,
em si, já é ataque à democracia: se pode ser votado
nessa condição, porque se fez o ritual de inscrição?
Disso veio o bate boca de Aras com o subprocurador-
geral Nívio de Freitas. “se vossa excelência quer
respeito, me respeite”, disse Freitas. “vossa excelência
não é digno de respeito”, devolveu Aras, partindo em
direção do colega. Muita gente interveio. Não se
trocaram sopapos.
BRASIL - Bolsonaro no Planalto, pena de morte no Rio
de Janeiro, câmara de gás em Sergipe
Não é de hoje que alguns integrantes da Polícia Militar
do Rio de Janeiro confundem dolosamente operações
em bairros e comunidades da cidade, visando a prender
traficantes, com a efetivação de chacinas nesses locais.
O mais recente exemplo da aplicação de pena de morte
por parte de PMS se deu na semana passada, na Vila
Cruzeiro, no bairro da Penha. A PM passou por lá.
Número de presos: zero. Número de mortos: vinte e seis
pessoas, até à tarde da quinta-feira 26. Há uma
novidade: alguns PMS, certamente ancorados nas falas
ditatoriais que emanam do Palácio do Planalto,
tornaram-se também petulantes. Jogaram a culpa pela
chacina sobre o STF. Alegam que houve migração de
traficantes para o local depois que a Corte fixou, no pico
da pandemia, que ações policiais devem ocorrer com a
cautela exigida por lei. Colocar a culpa no STF é tentar
desestabilizar a democracia. É urgente que as
autoridades do Rio de Janeiro ajam de forma
constitucional, sob pena de serem cúmplices na
implantação de uma pena de morte particular, o que
caracteriza Estado de Exceção. Se elas endossam atos
de Jair Bolsonaro, que elogiou a operação e vive a
atentar contra as instituições democráticas, isso é
problema delas. A lei existe para ser cumprida. O
ministro Edson Fachin declarou que vê com muita
“muita preocupação mais uma ação policial com índice
tão alto de letalidade”. Em Sergipe, um enfermo mental,
com remédio e receita no bolso, morreu porque policiais
rodoviários federais o teriam trancado em um camburão
com gás lacrimogêneo. São esses os policiais para os
quais Bolsonaro dá medalhas e aumentos salariais.
Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas