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detecnologiadescritascomo
“projetosrelacionadosa aviôni-
cose sensores,fusãodedadose
consciênciasituacional,guerra
centradaemrede,integração
domotor,invisibilidaderadar,
sobrevivênciae vulnerabilidade,
integraçãoarmamentose integri-
dadeestrutural”.
Emnotaenviadaa AEROMa-
gazine,a FABinformaquecada
empresateráumadeterminada
áreadeconhecimentonaqual
atuará.Engenheirose técnicos
dessasempresasbeneficiáriasse -
rãoenviadosporelasparareceber
taisconhecimentosnasinstalações
daSaab,ondeserãofornecidos
cursosespecíficose treinamen-
todeacordocomsuaáreade
atuação.Adicionalmente,após
essatransferênciadetecnologiana
Suécia,haverátambéma execução
decargasdetrabalhoespecíficas
aquinoBrasil,porpartedessas
empresas,coma finalidadede
solidificarosconhecimentos
apreendidose deintegrá-losao
seucapitalintelectual.
AVIÔNICAESENSORES
Umaspectoimportantedodebate
é quealgunsrequisitossetornam
bastantecomplexosquandose
tratadeacordoscomoosde
transferênciadetecnologiapara
a indústrianacional.É o casode
aviônicae sensores,ressaltados
diversasvezesemdocumentosda
FAB.Umdosprincipaissistemas
deumcaçamodernoé seuradar
AESA,acrônimoparavarredura
eletrônicaativa.
Originalmente,o Gripené
equipadocomo radarRAVEN,
daitalianaLeonardo.Emmeados
de2014,a Saabpassoua trabalhar
emparceriacoma suecaEricsson
nodesenvolvimentodeumradar
AESAdestinadoaoGripenNG.
BatizadoNORA,o programacon-
tavanoiníciocomcomponentes
fornecidospelanorte-americana
Raytheonantesdesersuspenso
em 2008 pelogovernoFredrik
Reinfeldt.OGripenDemo,que
eraumaversãodedemonstração
dascapacidadesdofuturoGripen
NG,noroll-outestavaequipado
comumradarRBE2,fornecido
pelafrancesaThales,o mesmo
modeloqueequipao caçaRafale.
Porfim,a Saabformalizouum
contratocoma Leonardoparao
fornecimentodoradarSelexES-
05 RAVEN.
“Sea FABquiseradquirir
capacidadesdeintegraçãodoradar
aoavião,é provávelquenãohaja
grandesempecilhos,já queé um
sistema‘plugandplay’e o código
deintegraçãoé daSaab”,explicao
consultorOlavoGomes.Oproble-
ma,continuao especialista,pode
acontecercasoexistaa pretensão
porpartedosbrasileirosdeabsor-
vera tecnologiadedesenvolvimen-
todeumradartipoAESA,umavez
quea Saabnãoé proprietáriado
modeloinstaladonoGripenNG.
A acessotecnológicoenvolveria
umanegociaçãoentrea FABe o
fabricantedoradar,procedimento
quea forçaaéreanãodivulgou
comoserá.Alémdisso,parteda
tecnologiautilizadapertencea
empresasnorte-americanas,o que
envolveriaumacordoentreBrasile
EstadosUnidos.
PROJETOS-CHAVE
Segundoo MinistériodaDefesa
doBrasil,cercade 60 projetos-
-chavecompõemo programa
detransferênciadetecnologia.
Omaisexpressivoé o Centro
deProjetose Desenvolvimento
doGripen(GDDN,ouGripen
armamentos e novas configurações
e integridade estrutural.
Em relação à cooperação
industrial, os arquivos consultados
por AERO elencam estes objetivos
da FAB no processo: produção
nacional da célula, produção na-
cional de partes, desenvolvimento
de software, integração de aviô-
nicos, integração e qualificação
de armamentos, manutenção do
motor, manutenção do software,
manutenção da célula, manuten-
ção do sistema de controle de voo,
manutenção do radar e manuten-
ção da aviônica.
“Desta lista pouca coisa a Em-
braer, por exemplo, não é capaz de
fazer atualmente, independente-
mente do acordo de transferência
de tecnologia”, diz um coronel da
FAB, que pediu anonimato. “Ainda
que o desenvolvimento de softwa-
re seja específico para um caça, os
acordos de modernização dos F-5,
A-1 e A-4 deram ao Brasil conhe-
cimento sobre o funcionamento
da lógica empregada. Apenas
precisaríamos de tempo e dinheiro
para termos plena capacidade”.
Textualmente, o documento
mostrado a AERO afirma que a
avaliação da área de contrapartida
aborda de forma sistêmica carac-
terísticas relacionadas a práticas
compensatórias de transferência
CAÇAS SERÃO MONTADOS
NO CENTRO DE PROJETOS
E DESENVOLVIMENTO DO
GRIPEN, EM GAVIÃO PEIXOTO