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que, desde 2001, a empresa faz
parte do grupo israelense Elbit
Systems, um dos líderes globais
em sistemas eletrônicos voltados
para o setor aeroespacial e mili-
tar. Ainda que a capacidade de
desenvolvimento esteja ocorren-
do no Brasil, a empresa é contro-
lada por um grupo internacional,
que já detém ampla capacidade
no setor. Ainda assim, a AEL
Sistemas é parceria da Embraer
na integração e desenvolvimen-
to de sistemas do Gripen NG e
em demais programas militares,
como o KC-390.
Debates à parte, o desempe-
nho do WAD desenvolvido pela
AEL garantiu que a tecnologia
fosse adotada também pelos caças
destinados à força aérea sueca, e se
tornasse padrão no programa Gri-
pen NG. O sistema WAD estava já
disponível no primeiro avião des-
tinado ao Brasil (o 39-6001), que
voou em agosto na Suécia. “Essa
foi a primeira vez que voamos com
o WAD e estou feliz em dizer que
minhas expectativas foram atendi-
das”, comentou Richard Ljungberg,
piloto de ensaios em voo.
O contrato assinado pela FAB
em 2014 prevê, além do desenvol-
vimento do novo avião, sua cons-
trução e também o treinamento
de pilotos e mecânicos brasileiros
na Suécia. O investimento total
estabelecido era de aproxima-
damente 13 bilhões de reais. O
relatório sobre o Gripen feito
pela Comissão Coordenadora do
Programa Aeronave de Combate,
do Comando da Aeronáutica, tem
mais de 33 mil páginas e incluiu
detalhes dos projetos, de todos
os fabricantes envolvidos, entre
outros aspectos. Resta saber como
o Brasil vai absorver o conheci-
mento adquirido e como ele
será entregue.
um século mantém uma tradição
de independência tecnológica
em sistemas militares, confiou a
outro país uma parceria avançada,
envolvendo seu principal caça.
“É um fato relevante esse acordo
dentro do histórico da Suécia,
ainda assim, ressaltando que a
Saab e a própria Suécia buscavam
um parceiro internacional para o
Gripen NG. A mesma proposta
tem sido feita à Índia e ao Canadá”,
contextualiza Olavo Gomes.
Outro ponto considerável do
programa Gripen NG foi o acordo
que permitiu que o sistema de
aviônicos e o display utilizado no
avião fossem desenvolvidos por
uma empresa brasileira. A FAB
optou por uma solução própria,
que inclui display panorâmico,
conhecido em inglês por Wide
Area Display (WAD), dois Head
Down Displays (HDD) e um novo
Head Up Display (HUD), diferente
do projeto original da Saab.
WAD
O desenvolvimento da aviônica,
incluindo o display, ficou a cargo
da brasileira AEL Sistemas, situa-
da em Porto Alegre, que desen-
volve, fabrica e fornece o suporte
logístico de sistemas eletrônicos
militares e espaciais. O senão é
entidade disposta a transferir
tecnologia e outra apta a recebê-la.
Na proposta, estava a descrição
textual que haveria um processo
de transferência “on the job trai-
ning”, ou seja, aprender fazendo.
E que a responsabilidade por 40%
das atividades de desenvolvimento
seria realizada pelas empresas bra-
sileiras. Nesse caso, a transferência
pode acontecer de forma indireta,
já que os funcionários treinados
poderão no futuro auxiliar o país a
desenvolver uma capacidade pró-
pria, não significando que exista a
entrega de documentação sensível
de um projeto já existente.
A SAM possui como sócios a
Saab AB, com 90% do negócio, e
a brasileira Akaer com os demais
10%. A empresa brasileira, espe-
cializada no desenvolvimento de
aeroestruturas, é parceira da Saab
no desenvolvimento dos caças
desde 2009, quando foi contratada
para projetar conjuntamente seg-
mentos da fuselagem do Gripen.
Na ocasião que a Akear se tornava
sócia da SAM, a Saab AB ampliava
sua participação na empresa bra-
sileira, de 25% para 28%, em uma
operação de troca de ações.
Um dos destaques do acordo
formalizado com o Brasil é que
o governo sueco, que há mais de