têm função nenhuma
na vida. Passam batdo
por tudo: uma parede
de chumbo de 10 cm
de espessura é capaz
de proteger você dos
resíduos radioatvos de
uma bomba nuclear, mas
você precisaria de dois
anos-luz de chumbo se
quisesse impedir um
feixe de neutrinos de
te atngir. Não que vo-
cê precise se proteger, é
claro. Há 100 tilhões de
neutinos atavessando
seu corpo neste exato
momento, e você não
poderia dar menos bola
para eles. Eles não têm
carga elética (por isso
não interagem com os
átomos do seu corpo). E
são extemamente leves.
A massa de um neuti-
no é 0,000000000000
00000000000000000
00000002 kg – todos os
neutinos que já ataves-
saram todas as pessoas
que já viveram, somados,
pesam 47 gramas.
Essa neutralidade
dos neutinos os torna
perfeitos para um astô-
nomo. Como os neuti-
nos raramente batem
em alguma coisa, eles
percorrem o Universo
em linha reta. Assim,
quando um deles é de-
tectado pelo IceCube,
fica fácil determinar de
que ponto do céu ele veio
- e, por tabela, qual foi
o asto que o produziu.
Boa parte dos neutinos
que atngem a Terra são
feitos pelo Sol mesmo – e
alcançam energias mui-
to baixas. Volta e meia,
porém, chega aqui um
neutrino com muito
mais energia, produzi-
do por algum fenôme-
no cósmico violento
e distante, como uma
supernova (a morte de
uma estela de alta mas-
sa). Esses neutinos de
alta energia funcionam
como notficações de Fa-
cebook: é possível apon-
tar os telescópios para o
local de onde eles vieram
e tentar ver o que está
acontecendo. Às vezes, é
algo bacana – como um
buraco negro supermas-
sivo, que não teria sido
encontado de outa for-
ma. Lindo. Só resta um
problema: se neutinos
são assim tão fantasma-
góricos, como o IceCube
faz para detectá-los?
Como detectar
neutinos
A velocidade da luz no
vácuo é de 300 mil qui-
lômetos por segundo (ou
1,08 bilhão de quilôme-
tos por hora, numa nota-
ção mais familiar), e esse
é o limite de velocidade
do Universo como um
todo. Nada pode ir mais
rápido – nem carreira de
ex-BBB. Acontece que, se
a luz estver atavessando
qualquer coisa que não
seja o vácuo absoluto, ela
será forçada a ir ligeira-
mente mais devagar. Na
água, por exemplo, a luz
alcança só 225 mil me-
tos por segundo – 75%
do total. E aí algo incrí-
vel se torna possível: ir
mais rápido que a luz.
Quando uma partícula
quebra a barreira da luz
(da mesma forma que um
avião quebra a barreira do
som), ela gera um brilho
azulado meio macabro,
que atende pelo nome
de radiação Cherenkov.
Você já deve estar
se perguntando o que
neutinos têm a ver com
isso. Bem: às vezes, um
neutrino proveniente
é a massa
de um
neutrino.
0,000
0000
0000
0000
0000
0000
0000
0000
0000
02 kg
DOMs, os
detectores
de luz,
fcam en-
terrados
no gelo em
interva-
los de 17
metos.
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