Superinteressante - Edição 399 (2019-02)

(Antfer) #1

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do espaço, por aciden-
te, tomba com alguma
coisa – digamos, uma
molécula de H2O. É
algo raro, mas, como a
Terra é bombardeada por
uma quantdade absurda
de neutinos, uma hora
acontece. O resultado
dessa pancada é a libera-
ção de outas partículas
do Modelo Padrão, com
outos nomes engraça-
dos (como “múons”). Es-
sas partículas secundá-
rias geradas pela colisão
dispersam como bolas
de bilhar atngidas pelo
neutino – a bola bran-
ca. Dispersam tão rápido
que, se estverem mergu-
lhadas na água, ultapas-
sam a velocidade da luz
naquele meio e emitem
radiação Cherenkov.
E é aqui que entra o
IceCube. Ele não detec-
ta neutrinos – detecta
a radiação Cherenkov
gerada quando eles coli-
dem com as coisas. E é
por isso que, no começo
da reportagem, falamos
em sensores de luz. O
IceCube fica de olho em
emissões de radiação
Cherenkov usando 5.160
detectores de luz redon-
dinhos (chamados DOMs)
distibuídos como contas
de um colar ao longo de
86 cabos, em intervalos
de 17 metos. São 60 por
cabo. Esses cabos têm
2,5 km de comprimento
e ficam enfiados no lençol
de gelo da Antártda, na
vertcal (acredite – no Polo
Sul, a camada de gelo tem

Luz dos


meus


oLhos


Cada deteCtor de luz
contém um fotomultipli-
cador, que transforma a
luz recebida em corrente
elétrica, mais um com-
putador que manda os
dados para a superfície.





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