Salazar adorava o convívio das raparigas que faziam o serviço doméstico em São Bento. Algumas até
arranjam namoro na residência e aí casam, apadrinhadas pelo ditador. Aqui, Rosália (última do lado
direito), aparece numa dessas cerimónias nos jardins do palacete.
Outras mulheres se seguirão, entre o pecaminoso e o fatal, até com consulta
de astros à mistura. No firmamento, porém, só duas tiveram especial
significado: Carolina Correia de Sá, filha do visconde de Asseca, e Christine
Garnier.
A primeira, sobrinha da condessa de Sabugosa, nascera fidalga e culta.
É uma precoce viúva e mãe de dois filhos quando conhece Salazar nos anos
- Tal como o ditador é avessa a compromissos. Mas tornam-se cada vez
mais próximos, ao ponto de Salazar, contrariando os seus próprios escrúpulos,
a exibir em cerimónias públicas, dando-lhe a importância de quem faz também
as honras do Estado.
Carolina seria bastante referida num artigo da Time, em 1946, o que levaria à
proibição da venda da revista em Portugal.
Salazar, que nunca tivera especial cuidado com a correspondência mais
íntima, exagera na displicência, deixando as cartas dela expostas pela casa aos
olhares mais curiosos e indiscretos.
De novo, mas com maior intensidade, dado o papel que Salazar assumira na
condução dos destinos da nação, voltam os boatos de enlace no altar para
breve. «Todo o País vivia, em certo momento, à espera desse casamento», com