segurança de Oxford: estaria grávida de novo.
Quando tornou a sofrer um aborto espontâneo, assistir ao seu desgosto tinha sido lancinante.
Sua Majestade, desconhecedor da anterior perda da esposa, disse-lhe que estava
simplesmente satisfeito por ela poder vir a conceber e tratou-a com grande ternura.
Mall e Tom foram dos primeiros a regressar, gesto que o rei apreciou. Contudo, era um lugar
triste e mudado o que os esperava. Havia fossas da peste em muitos cantos da cidade e algumas
casas continuavam entaipadas, mas os sinos começavam a repicar e os mercadores voltavam às
ruas.
Mall, ao sair da carruagem, pousou uma mão no ombro de Tom.
- Escuta! Alguma vez ouviste um som mais agradável do que este?
«Olh’ós bolinhos!»... «Comprem a minha travessa de belas enguias!»... «Vinagre
branquinho!»... «Ovos acabados de pôr, oito por quatro pence !» Os pregões, silenciados
durante tanto tempo, tinham começado a ecoar pelas ruas que rapidamente se enchiam. - Agora voltaremos à nossa casa e veremos quem pilhou e se aproveitou e quem tem sido
honesto e leal.
Apesar de tudo, Mall estava de muito bom-humor. Londres estava finalmente a levantar-se da
cama para saudar um novo dia.
Frances também ansiava por regressar, mas tinha de ficar com a rainha. Compadecia-se
daquela senhora honrada, que sofria uma nova perda, sobretudo porque Lady Castlemaine
estava tão obviamente de esperanças.
Porém, depressa o desejo da rainha de se encontrar ao lado do esposo se sobrepôs aos seus
pesares e receios e, em março, também ela planeou o regresso a Whitehall. Por fim, Frances
pressentia um certo otimismo no ar. A primavera começava a instalar-se, a peste partira e o
grande coração palpitante de Londres retomava de novo o seu ritmo.
E, assim, com um entusiasmo crescente, encheram a longa fileira de carruagens que as levaria
de volta e encetaram a viagem de regresso. Alguns pequenos grupos de londrinos observavam e
acenavam, satisfeitos por verem a rainha retornar, ainda que um ou outro cuspisse no chão, para
demonstrar desprezo pela perfídia dos grandes que os haviam abandonado à mercê do destino,
salvando o nobre couro.
Na primeira noite de volta ao palácio, Frances abriu a janela e escutou o pregoeiro que
anunciava: - Donzelas em camisas de dormir, olhem bem para as trancas da porta, para a lareira e para a
vela, e que Deus vos abençoe nesta noite, à uma hora!
Enquanto Frances se debruçava à janela e inspirava o cheiro a fuligem que identificava
Londres, o duque de Richmond abria uma mensagem que acabava de receber de Hannah.
Lorde Rochester e o conde de Grammont tinham voltado a surgir na vida do jovem Walter
Stuart.
Para a noite seguinte, escrevera Hannah com grande diligência, haviam-lhe prometido uma
grande e cativante animação. O irmão dela, Ezekiel, tentara dissuadi-lo de os acompanhar, mas
Rochester tinha escrito um poema engenhoso a convidá-lo e Walter, tendo passado alguns meses