acompanhada pelo homem com quem almoçara no Les Palmiers. Gabriel
tinha muitas perguntas a fazer sobre o homem que conhecia apenas como
Paul: Quando ela o conhecera? Qual era a natureza do relacionamento
deles? Em vez disso, indagou se Madeline conseguia se lembrar das
circunstâncias do sequestro.
— Foi no caminho entre Piana e Calvi. — Ela fez uma pausa. — Você
já esteve lá?
— Na Córsega?
— Sim.
— Nunca pisei naquele lugar.
— É muito encantador, de verdade — falou ela, soando muito
britânica. — Em todo caso, estava dirigindo um pouco mais rápido do que
deveria, como sempre. Um carro parou na minha frente depois de uma
curva fechada. Eu consegui frear, mas ainda bati na lateral do automóvel
com muita força. Os hematomas e arranhões levaram um século para sarar.
— Ela massageou o dorso da mão. — Isso foi há quanto tempo? Há quanto
tempo eles estão comigo?
— Cinco semanas.
— Só isso? Parece mais.
— Eles trataram você bem?
— Parece que eu fui bem tratada?
Ele não respondeu.
— Não tenho comido nada além de pão com queijo e legumes
enlatados. Uma vez me deram restos de frango, mas eu passei mal, então
nunca mais fizeram isso. Eu pedi um rádio, mas eles recusaram. Pedi um
livro, também um jornal para me manter informada sobre o que está
acontecendo no mundo, mas em vão.
— Eles não queriam que você lesse sobre si mesma.
— O que o mundo sabe de mim?
— Que você está desaparecida. Só isso.
— E quanto àquele vídeo horrível que me forçaram a fazer?
— Ninguém o viu — respondeu Gabriel. — Ninguém além do
primeiro-ministro e o pessoal mais próximo.
— Jeremy?
— Sim.
— Simon?
Gabriel assentiu.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1