A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

Entreguei ao tom Logan o material do disquete da Susanna informou Elizabeth. ─
Ele vai publicar o artigo?
─ Diz que não pode, sem antes confirmar os pormenores. Diz que as
acusações são demasiado explosivas para serem editadas antes de serem analisadas
pelos advogados. E, uma vez que a jornalista que redigiu a história está morta, não
pode haver uma investigação profunda.
─ Que vai ele fazer?
─ Designou uma equipe dos melhores jornalistas para confirmarem os
dados. Infelizmente, a Susanna não vai ser de grande ajuda no túmulo. Os
apontamentos não contêm muitas pistas sobre a identidade das fontes. Por isso, a
equipe do Logan tem de começar praticamente do zero.
─ Isso pode demorar muito.
─ Susanna precisou de três meses para fazê-lo sozinha.
Chegaram a Dulles. Elizabeth dirigiu-se às partidas e parou junto ao
passeio. Michael saiu e tirou uma mala de roupa da bagageira. Fechou-a e
aproximou-se da porta do condutor do Mercedes. Elizabeth baixara o vidro e tinha
a cabeça de fora, à espera de um beijo de despedida.
─ Tem cuidado, Michael.
─ Eu tenho.
Esperou que as luzes de presença desaparecessem na escuridão e depois
entrou no terminal.
Michael acordou quando o avião atravessou a camada de nuvens e deu
início à descida para a manhã cinzenta de Londres. A Estação de Londres oferecera-
se para lhe enviar um carro, mas Michael queria envolver-se o menos possível com
os ingleses, por isso apanhou um táxi. Baixou o vidro. Gostava da sensação do ar
frio no rosto, apesar do fedor a fumo dos tubos de escape. Londres fora a sua casa
durante oito anos. Fizera mil vezes o percurso entre Heathrow e o centro da cidade.
Os lúgubres subúrbios que passavam por ele eram-lhe mais familiares do que
Arlington, ou do que Chevy Chase.
Registrou-se no hotel, um estabelecimento modesto e independente em
Knightsbridge, com vista para Hyde Park. Gostava do sitio, pois cada quarto
possuía uma pequena sala de estar anexa ao quarto de dormir. Pediu um pequeno-
almoço inglês completo e foi debicando a comida até serem horas de ligar a
Elizabeth. Acordou-a e travaram uma conversa desconexa antes que ela voltasse a
adormecer.
Michael sentia-se cansado, por isso dormiu até o início da tarde. Quando
acordou, vestiu um moletom impermeável. Pendurou o sinal não INCOMODAR na
porta e enfiou um pedaço minúsculo de papel entre a porta e a lateral. Se ainda lá

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