fraqueza o tolhia e o impedia de resolver com frontalidade uma ofensa, o
vexame levava-o a remoer represálias para, mais cedo ou mais tarde, ter a sua
desforra.
Nos próximos dias, Regina precisaria de ter Antero do seu lado. Para isso
teria de se aproximar dele, de se fazer humilde e vulnerável, ou seja,
exactamente o contrário do que sempre fora. Regina teria de o fazer ver que o
presente era mais importante do que o passado e que, basicamente, ela
reconhecia que Antero era um tipo poderoso e que a vida de Nuno, e a sua,
dependiam da boa vontade dele. Isto é, se Antero estivesse disposto a
esquecer algum melindre que pudesse ter em relação a ela. Era uma boa lição
a reter, pensou Regina, tanto desprezara aquele homem e hoje via-se
positivamente nas mãos dele.