pano turco e obrigou-o a despir-se primeiro, o que ele fez sem demora. João Pedro atirou-se como
um animal à sua presa, guiado pelo instinto, desejoso de a ter, perfeitamente satisfeito se tivesse só
um sexo rude e sem romance. E teria levado a sua avante não fosse Cristiane sentir-se inspirada pela
ocasião especial, pelo Brasil exótico, por aquele quarto cheio de pormenores de bom gosto,
recheado de finos confortos. Ela não quis apressar o momento, não quis devorar mas saborear, quis
demorar-se para experimentar todos os sentidos, enfim, quis fazer amor. Refreou-lhe o ímpeto com
estratégias eróticas, obrigou-o a ficar quieto, deitado de costas, percorreu-lhe o corpo, provocando-
lhe sensações voluptuosas, e quando por fim permitiu que ele a tivesse plenamente, afogaram-se um
no outro, abraçados como sobreviventes, até soçobrarem exauridos nos lençóis encharcados do amor
suado. Fecharam os olhos um momento e só acordaram mais tarde, já o quarto caíra na penumbra.
Mas agora era o restaurante ou o hotel. Uma chuvinha miúda veio, enfim, resolver o impasse por
eles. Ao longe, o Copa, um palácio magnificamente iluminado por cima da praia, chamava por eles.
Decidiram que, nessa noite, só lhes apetecia os deliciosos luxos do hotel e adiaram para depois as
carnes do Leblon. Em contrapartida, combinaram que teriam as suas noites desenfreadas e
indecorosas nos dias seguintes.