- Você não vai se desafiar a desenvolver hábitos mais saudáveis. É fácil cultivar
maus hábitos. Mas, para se livrar deles, é preciso ter disposição para tentar algo novo. - Outras pessoas vão superá-lo. “Meu marido não é o mesmo homem com quem
me casei há trinta anos.” Ouço isso o tempo todo em meu consultório, e minha resposta
geralmente é: “Que bom, não é?” Espero que todo mundo amadureça e mude no curso
de trinta anos. Se você não estiver disposto a se desafiar e mudar, os outros podem se
cansar disso. - Quanto mais você esperar, mais difícil vai ficar. Você acha que é mais difícil parar
de fumar depois do primeiro cigarro ou depois de vinte anos? Quanto mais tempo você
mantiver os mesmos hábitos, mais difícil será rompê-los. Às vezes as pessoas ficam adi-
ando a mudança até o “momento certo”. Dizem coisas como “Vou procurar um emprego
novo quando as coisas se acalmarem” ou “Vou me preocupar em perder peso depois das
férias”. Mas muitas vezes o momento ideal nunca chega, e a mudança vai ficando cada
vez mais difícil.
ACEITE A MUDANÇA
Eu ouvi falar de Mary Deming pela primeira vez por um de seus amigos próximos, que
não parava de dizer coisas boas sobre ela. Quando ouvi sua história, comecei a entender por
quê. Mas só quando falei com ela compreendi do que se tratava de verdade.
Quando Mary tinha 18 anos, sua mãe foi diagnosticada com câncer de mama. Ela mor-
reu apenas três anos depois. Mary admite ter ficado muito reclusa depois da morte da mãe.
Diz que vacilava entre sentir pena de si mesma – seu pai havia morrido quando ela era ado-
lescente, e ela não achava justo ter ficado órfã aos 21 – e se ocupar com o máximo de ativi-
dades possível para não ter que encarar a realidade da situação.
Mas em 2000, aos 50 anos – a mesma idade com a qual o pai morrera –, ela começou a
pensar em sua própria mortalidade. No mesmo ano, pediram a Mary, que trabalhava como
professora num colégio, que supervisionasse um evento beneficente para levantar fundos pa-
ra a pesquisa do câncer. Isso deu a ela a oportunidade de conhecer outras pessoas que ti-
nham perdido seus entes queridos, e o evento acendeu sua paixão por fazer a diferença. Ela
então começou a participar de várias iniciativas desse tipo.
A princípio, filiou-se a uma campanha da Sociedade Americana de Câncer, em sua pri-
meira caminhada para arrecadar fundos. Depois, em 2008, participou de uma caminhada de
três dias e 90 quilômetros patrocinada por Susan G. Komen, especificamente destinada à
pesquisa de câncer de mama. Como sempre fora uma pessoa competitiva, quando Mary viu
quanto dinheiro os outros já tinham conseguido arrecadar, aumentou seus esforços e sozinha
levantou 38 mil dólares – mil dólares para cada ano que se passara desde a morte de sua
mãe.
Mas em vez de se orgulhar pelo trabalho bem-feito, Mary deu crédito às pessoas em sua
pequena cidade por ajudarem-na a levantar o dinheiro. E seus esforços a fizeram reconhecer
que arrecadar fundos para uma boa causa era algo que aquecia o coração de seus vizinhos.
Então fez uma pesquisa e descobriu que seu estado, Connecticut, tinha a segunda mais alta
taxa de câncer de mama do país. E isso deu a ela uma ideia.
Mary decidiu fundar a própria ONG e envolveu toda a comunidade. Deu à organização o
nome de Seymour Pink – Seymour, em homenagem a sua cidade, e “pink”, cor-de-rosa, em
referência à cor usada pelas campanhas contra o câncer de mama. A cada outubro, a cidade
faz questão de que todos vejam “algo cor-de-rosa”. As empresas usam decoração com essa
cor, faixas penduradas em postes de luz em toda a cidade honram os sobreviventes e lem-