INFLUENCIE AS PESSOAS SEM TENTAR CONTROLÁ-LAS
Jenny tinha 20 anos quando decidiu abandonar a faculdade. Depois de passar dois anos
estudando para conseguir um diploma em educação, ela decidiu que na verdade não queria
se tornar professora de matemática. Para horror de sua mãe, foi estudar arte.
Todos os dias, a mãe de Jenny telefonava para dizer que ela estava arruinando sua vida.
Deixou claro que nunca apoiaria a decisão da filha de abandonar a faculdade. Chegou a ame-
açar cortar relações com ela caso não escolhesse o “caminho certo”.
Jenny logo se cansou das críticas diárias de sua mãe sobre suas escolhas. Disse a ela
diversas vezes que não voltaria à faculdade e que seus insultos e ameaças não a fariam mu-
dar de ideia. Mas a mãe persistia, porque se preocupava com que tipo de futuro a filha teria
como artista.
Finalmente Jenny parou de atender o telefone e deixou de ir jantar na casa de sua mãe.
No fim das contas, não era agradável ouvir os sermões sobre as pessoas que largavam a fa-
culdade e artistas aspirantes que nunca conseguiam um lugar ao sol. Jenny era uma mulher
adulta, mas a mãe queria controlar tudo o que ela fazia. Era doloroso ficar à margem e ver a
filha fazer escolhas que ela considerava irresponsáveis. Imaginava que a jovem estaria sem-
pre sem dinheiro, infeliz e lutando só para sobreviver. Erroneamente, a mãe de Jenny acredi-
tava que podia controlar o que a filha fazia de sua vida e, infelizmente, suas tentativas arruina-
ram o relacionamento entre as duas sem motivar Jenny a fazer qualquer coisa diferente.
É difícil ficar sentado vendo outra pessoa assumir um comportamento que não aprova-
mos, especialmente se for algo que é considerado autodestrutivo. Mas fazer exigências, ame-
açar e implorar não é suficiente para gerar os resultados desejados. Eis algumas estratégias
para influenciar os outros sem tentar obrigá-los a mudar:
- Ouça primeiro, fale depois. As outras pessoas costumam ficar menos na defensiva
quando sentem que você se esforçou para ouvir o que elas têm a dizer. - Partilhe suas opiniões e preocupações, mas apenas uma vez. Ficar repetindo sua
reclamação não vai tornar suas palavras mais eficazes. Na verdade, isso pode ter o efei-
to contrário. - Mude seu comportamento. Se uma mulher não quer que o marido beba, esvaziar
suas garrafas de cerveja na pia não vai motivá-lo a parar de beber. Mas ela pode esco-
lher ficar com ele quando está sóbrio e se afastar quanto bebe. Se gostar de passar
tempo com ela, ele poderá escolher ficar sóbrio com mais frequência. - Aponte o lado positivo. Se alguém estiver fazendo um esforço genuíno para mu-
dar, seja para parar de fumar ou começar a se exercitar, ofereça elogios genuínos. Não
passe dos limites nem diga algo como: “Eu lhe disse que se sentiria melhor se parasse
de comer tanta porcaria.” Dizer “Eu avisei!” não costuma motivar ninguém.
PRATIQUE A ACEITAÇÃO
Imagine um homem preso num congestionamento. Em vinte minutos, o trânsito não se
moveu nem um centímetro e ele vai se atrasar para uma reunião. Começa a gritar, praguejar e
bater os punhos no volante. Ele quer tanto estar no controle que não pode tolerar atrasos. Es-
tas pessoas deveriam sair do meu caminho, ele pensa. É ridículo que haja tanto trânsito no
meio da tarde.