predominantemente por fatores de ordem social, mesmo que outros possam ter interferido. Não
tinham ainda uma compreensão exata da dinâmica das revoluções e do papel que nelas representa o
elemento político. Idea listas, não ambicionavam o poder, mas sim a substituição do governo,
visando às reformas desejadas. Tentaram a revolução numa conspiração apenas militar, sem que o
próprio Exército, como um todo, tivesse consciência das idéias por que se batiam. A experiência
fracassou, porém deixou na História um marcante e convidativo rastro.
A Escola Militar do Realengo não formou gerações revolucionárias, no entanto deu-lhes o
segredo de manipular a força, instrumento sem o qual não se fazem as verdadeiras revoluções. A
juventude, que as constituiu, vinha de seus lares ferreteada, como se criminosa fosse, pela injustiça
social, trazendo embutida n'alma a reação latente contra uma conjuntura iníqua cada vez mais grave.
O acesso ao poder das armas, ao correr do tempo, trouxe-lhe todavia a esperança de mudá-la.
Apelou, então, para a força - argumento primeiro de toda mocidade reprimida - e fundiu as reações
numa revolução.
Os belicosos e idealistas oficiais que a empregaram, embora sem êxito, em 1922, abriram
gloriosamente uma era de lutas esperançosas pelo desejado equilíbrio sócio-político-econômico a
que já aludi no início deste capítulo. Eles despertaram - numa fria manhã de julho daquele ano - com
o troar de seus canhões a Nação brasileira, iluminando-lhe o caminho da ressurreição liberal
democrata com os clarões de suas granadas.