várias ocasiões.
Todavia, em qualquer caso, haveria um oficial responsável por essa transmissão.Não estando o telex registrado na data de 23 de setembro, oficialmente, o Exército nada teria a
ver com o documento.
Nesta condição, impor-se-ia uma pesquisa complementar no registro do recebimento dos telex,
na Embaixada do Brasil em Lisboa. Resultando negativa, estava comprovada a falsificação.
As mesmas especulações e hipóteses deveriam ser feitas em relação ao telex do embaixador
Carlos Alberto da Fontoura, datado de 26 de setembro de 1975, dirigido ao Serviço Nacional de
Informações.
Se existiu e foi remetido ao Exército, comprovando indiretamente a existência do primeiro telex,
chegou às mãos de seus destinatários no SNI. Neste caso só poderia provocar duas reações, bem
diversas:
- Estranheza sobre o assunto tratado, por isso exigindo imediato pedido de esclarecimento ao
embaixador; - ou tranqüila medida de arquivamento, por já ter sido atendida a solicitação, em oficio de 24 de
setembro.
Não tendo sido dadas provas nem explicações convincentes sobre esses eventos, a opinião geral,
na incerteza sobre a realidade, penduleou entre versões - algumas antagônicas - contadas à socapa na
chamada comunidade de informações ou publicamente relatadas pela imprensa.
Delas eu não me eximo de mencionar as duas mais aceitas e persistentes.Vejamos a primeira:- Os acontecimentos de 25 de abril de 1975 colocaram Portugal praticamente nas mãos dos
marxistas, existindo comunistas portugueses, ligados ou infiltrados, na Embaixada do Brasil.
Em setembro daquele ano deu-se a troca da correspondência cifrada entre o SNI e a Embaixada
do Brasil e, nessa época ou pouco depois, foram os principais documentos, relacionados com o ex-
almirante Cândido Aragão, surrupiados e copiados, num ato de espionagem, e entregues as cópias ao
Partido Comunista Português. Os comunistas, no entanto, decidiram silenciar sobre o assunto,
aguardando que a conjuntura brasileira lhes desse uma oportunidade para divulgá-los com grande
escândalo e repercussão política.
Em início de 1978, talvez por considerar propício o momento, quer pelo impacto causado pela
exoneração do Ministro do Exército quer pelo pedido de demissão do general Hugo Abreu, Chefe da