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JÁ PENSOU EM
COMPARTILHAR
SUA MOTO?
4Ride Motorcycle gerencia clube em
que cada veículo é compartilhado
por quatro pessoas, que passam
uma semana por mês com a moto
Por Daniela Saragiotto, do portal Mobilidade
Q
uem tem paixão por motocicletas sabe
que é um sonho poder trocar periodica-
mente de “máquina”, além de usar mais
de um modelo durante o mês. Foi justamente
para atender esse público que foi criada a 4Ride
Motorcycle, empresa de compartilhamento de
motocicletas premium pioneira no Brasil, que ini-
ciou suas atividades em 2017. Segundo Gustavo
Carvalho, fundador da empresa, a inspiração veio
da sua própria experiência. “Sempre tive motos,
mas, quando minha esposa engravidou, passei
a usar cada vez menos. Nessa fase, pensei que
seria ótimo se eu pudesse compartilhar a moto-
cicleta e, principalmente, seus custos com outras
pessoas e assim veio a inspiração para o modelo
de negócios da empresa”, explica. Hoje, o empre-
sário é gestor de um clube de compartilhamento
de motocicletas em que os usuários podem es-
colher entre três categorias de moto, de acordo
com o investimento inicial que pretendem fazer.
QUATRO SÓCIOS
Na prática, o usuário, chamado pela 4Ride Mo-
torcycle de sócio, adquire uma cota de 25% da
motocicleta – que corresponde a 25% do seu va-
lor de mercado –, e divide com mais três pessoas
a máquina, além de todos os custos, como gastos
com documentação, seguro, além da manuten-
ção, que é proporcional à quilometragem rodada
por usuário. Cada um dos sócios passa uma se-
mana com a moto, de sexta-feira até a quinta-
-feira da semana seguinte. “Eu faço a conciliação
das agendas e é muito comum sobrar alguma
motocicleta comigo; então, posso oferecê-la a
outro sócio. Também, nos meses de cinco sema-
nas, os usuários conseguem pegar outro modelo
de moto para testar além da sua e passam duas
semanas com as motos”, explica o fundador.
Fotos: Acervo Pessoal
O modelo de propriedade compartilhada traz
diversos benefícios ao associado, entre eles a
economia, já que o custo de uma moto premium
é alto no Brasil. Além disso, dividir as despesas
de manutenção com outros sócios pode ser uma
boa opção quando a moto fi ca ociosa parte do
tempo, o que normalmente ocorre quando o
proprietário possui mais de um veículo. Além de
administrar as reservas entre os sócios, a 4Ride
se encarrega da conservação e da manuten-
ção preventiva das motos e cobra, por usuário,
R$ 300 de taxa de administração. Hoje, a empre-
sa conta com 26 sócios, sendo que alguns deles
possuem cotas de mais de uma motocicleta. Os
contratos têm validade de dois anos e, após esse
período, as motocicletas são vendidas e os sócios
recebem de volta o porcentual investido.
DUAS RODAS
6
Gabriel Moreira compartilha sua motocicleta
com mais três pessoas desde março de 2019
Vitor Alexandre Mescolotti Chiamente, fã de
sistemas de compartilhamento em mobilidade
VANTAGENS
ECONOMIA
VÁRIAS MOTOS
A ESCOLHER
NÃO PERDER
TEMPO COM
MANUTENÇÃO,
ENTRE OUTRAS
BUROCRACIAS
Para saber
mais, acesse:
COMO FUNCIONA NA PRÁTICA
Gabriel Moreira, diretor de vendas, é um dos só-
cios da empresa. “Entrei em março do ano pas-
sado e esse sistema tem atendido perfeitamente
às minhas necessidades. Não poderia usar uma
moto todo fi m de semana; então, com a 4Ride,
defi no quando quero utilizar e eles sempre se
encarregam de fazer o arranjo para me atender,
mesmo que não seja exatamente com a moto
do meu clube”, explica. Moreira conta que fun-
ciona bem o sistema de controle e faturamento,
com as despesas compartilhadas com base na
quilometragem rodada. “Como melhoria, sugiro
algo que certamente ocorrerá com o crescimen-
to da empresa, que é usar uma motocicleta da
empresa em outras cidades ou estados quando
eu estiver viajando”, diz.
O engenheiro e diretor de riscos Vitor Alexan-
dre Mescolotti Chiamente também compartilha
uma motocicleta na 4Ride. “Sou suspeito para
falar de sistemas de compartilhamento, são
fantásticos. Também costumo pegar carona ou
usar bicicleta no trajeto de casa até o escritório.
Creio ser a solução para a maioria dos proble-
mas que temos como sociedade”, diz. Ele conta
que a praticidade e o custo o motivaram a en-
trar para o clube. “Rodar só de vez em quando
com uma motocicleta que vale o preço de um
carro não faria sentido se ela fosse somente mi-
nha. Hoje consigo ser bem mais efi ciente tendo
uma moto própria de menor cilindrada para
uso urbano e outra supertecnológica e segura
para viagens, bastando apenas o agendamento
prévio”, explica.
Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.