enquanto o alferes, a servir a Pátria- Que não sobre nenhum
e ela, de palma na boca - Não
ela quase de joelhos - Não
até que lentamente eu um preto de novo, até que lentamente - Odeio o teu cheiro afasta-te
e eu inofensivo na camilha, eu inútil, eu um bicho, eu um fraco - Não compreendo o motivo de continuar contigo
sem levantares a cabeça para mim, desprezando-me, mandando-me pôr a mesa,
mandando-me levantar a mesa, mandando-me servir-te, trazer-te um copo de água da
cozinha, sentar-me numa cadeira afastada da tua e nesse momento, de súbito, no meio
de faíscas e estrondos que obrigavam os cabíris, as cabras, as galinhas e as pessoas a
fugirem numa confusão de asas e patas e balidos e gritos, numa confusão de pássaros
que desapareciam das árvores, numa confusão de coisas que tombavam, rolavam, se
desfaziam, começavam a surgir os ruídos das armas, as exclamações, as ordens, os
brancos e os catangueses correndo para nós, eu sozinho, sentado no chão, com um bode
encostado a mim a chamar antes que um gê é o rasgasse com a faca, se eu pudesse
contar isto à minha irmã, se pudesse dizer-lhe que não tenho tempo porque ela a voltar-
me as costas depois de - Só queria ver-te adeus
ela que ficará viva ao contrário do porco e do meu pai e de mim porque temos de
morrer os três, porque já devíamos ter morrido os três há muito tempo, o psicólogo, no
círculo de cadeiras do hospital - Meu Deus
a quem um atirador há de cortar as orelhas e as mãos, deixá-lo para ali nos azulejos
da enfermaria ou no vermelho da terra onde por fim apenas o feiticeiro a dançar depois
de desfazer o pescoço do galo com uma dentada e bebê-lo, dançando sempre, na aldeia
vazia, alguns leprosos lá em baixo, a lama da água, o Bichezas a estender-me um prato
de feijão - Come isto
de pulseirinha de contas, enquanto aquecia água para o chá dos oficiais, enquanto
no emprego me pagam menos que aos outros, sou preto, está um dia de vvvvvvvvento
e eu gosto de vvvvvvvvento, o meu pai para mim sem imaginar, o pateta, que vai morrer,
vai morrer, vamos morrer aqui - Anda até ao animal rapaz
de modo que a gente os dois a caminharmos um ao lado do outro nas ruelas quase
todas tortas e no alto o que foi a capela e é agora um palheiro apesar da cruz lá em
acima de tudo, onde as mulheres baratas aquecem castanhas e legumes num tacho,
uma ocasião uma delas - Catraio
com um gato cinzento de olhos amarelos no colo, mulheres com as quais os sujeitos
da aldeia às vezes e não pagavam em dinheiro, pagavam em fruta, moelas, um bocado