O Volkswagen Golf, um dos car-
ros mais vendidos do mundo, já
fez bastante sucesso no Brasil,
mas, mesmo sendo um hatch
médio, perdeu espaço para os
SUVs compactos, assim como
ocorreu em outros mercados.
As versões foram minguando
até restar a GTI – e depois a der-
radeira híbrida GTE em um pe-
queno lote de 100 unidades.
Agora, o modelo ressurge no
País registrado no Instituto Na-
cional da Propriedade Indus-
trial (Inpi) em oitava (e nova)
geração. As fotos do registro de-
ram uma nova esperança aos
fãs do carro até que a VW jogou
um balde de água fria no caso.
De acordo com informações
da marca, a vinda do carro não
está confirmada. Segundo a
VW, “o registro é um procedi-
mento padrão para novos mode-
los em todo o mundo”.
Havia inclusive a expectativa
de que o Golf VIII seria mostra-
do no Salão do Automóvel de
São Paulo, que foi cancelado. Es-
se conjunto de fatores indicaria
o fim da história do Golf no Bra-
sil. Mas não é bem assim.
A versão patenteada no Inpi é
a básica, que de fato não será
vendida no País. Mas teremos,
sim, o Golf GTE por aqui.
Isso porque o modelo é visto
pela cúpula da marca no Brasil
como uma vitrine de tecnologia
que servirá para consolidar a
chegada de modelos elétricos
como o ID.3. O novo carro deve
estrear no País no ano que vem.
O atual Golf GTE híbrido che-
gou ao Brasil em lote único, em
novembro de 2019 – um mês an-
tes de sair de linha na Alema-
nha. Essa versão combina mo-
tor 1.4 TSI (turbo) a gasolina de
150 cv e outro elétrico de 102 cv.
Esse conjunto, gerenciado pe-
lo câmbio automatizado de sete
marchas, gera o equivalente a
204 cv de potência e 35,7 mkgf
de torque. O Golf GTE pode ace-
lerar de 0 a 100 km/h em 7,6 se-
gundos e chegar a 222 km/h.
O modelo é capaz de rodar
até 50 km no modo 100% elétri-
co. Em uso combinado, a auto-
nomia chega a 939 km. Todas as
informações técnicas foram di-
vulgadas pela fabricante.
45 anos de encanto. Em 2019
a VW celebrou os 45 anos muito
bem vividos do Golf. Nem to-
das as gerações desembarca-
ram em solo brasileiro.
A primeira começou a ser fei-
ta na Alemanha no dia 29 de
março de 1974. Como o Passat
(de 1973) e o Scirocco, o Golf
trazia motor transversal e tra-
ção dianteira. O desenho era as-
sinado pelo premiado italiano
Giorgetto Giugiaro.
Foram necessários apenas
dois anos para o hatch superar a
marca de 1 milhão de unidades
vendidas. O feito foi obtido em
outubro de 1976, ano de estreia
da versão esportiva, GTI.
Antes da virada da década, a
VW lançou o Golf Cabriolet, em
- O carro permaneceu por
muito tempo como o conversí-
vel mais vendido do mundo.
A terceira geração surgiu em
agosto de 1991 e também foi a
primeira a ser vendida no mer-
cado brasileiro. No ano seguin-
te o Golf incorporou um impor-
tante avanço no quesito segu-
rança: air bags frontais. Quatro
anos depois vieram as bolsas de
ar nas laterais.
Foi nessa geração do Golf que
nasceu a versão VR6, com mo-
tor de seis cilindros em “V”. Ou-
tra novidade era o controlador
de velocidade.
A quarta geração chegou em
1997, numa época em que a
Volkswagen estava imprimin-
do novo design a seus veículos.
Nessa fase, o Golf recebeu li-
nhas mais simples e elegantes.
A sétima geração é a atual por
aqui. Estreou em 2012, com re-
dução de peso. Graças à adoção
de aços de alta resistência, o hat-
ch ficou 100 kg mais leve. Isso
melhorou consumo e desempe-
nho. O modelo passou a ser pro-
duzido no Brasil em 2016.
REJEITADOS
FORAM
EXALTADOS
CAOA TEM
DELIVERY DE
VENDEDOR
Chefão de design da FCA, Ralph
Gilles está aproveitando o pe-
ríodo de quarentena para reve-
lar algumas curiosidades na in-
ternet. Uma delas é sobre um
projeto para uma futura gera-
ção do Dodge Charger que foi
rejeitado pela cúpula da marca.
Segundo Gilles, “nunca mos-
tramos produtos futuros em re-
des sociais. Mas fiz uma exce-
ção para esse desenho experi-
mental de um Dodge que não
sairá do papel”. A proposta foi
rejeitada por um motivo relati-
vamente simples: integrava as
proteções do spoiler frontal.
O designer certamente se ins-
pirou nos donos de Charger que
deixam as proteções instaladas
na fábrica de forma permanen-
te. No entanto, essas peças fo-
ram projetadas para serem reti-
radas quando o carro sai da loja.
Linhagem. Visual
do novo Golf será
adotado em
outros VW
JAC T9 VIRÁ
PARA O PAÍS
ELÉTRICA
A Caoa Chery começou um ser-
viço de atendimento em domicí-
lio. Com o “Caoa Chery Vir-
tual”, os clientes podem rece-
ber um vendedor autorizado
em casa e fazer um test drive do
carro escolhido. Segundo a em-
presa, “de maneira segura”.
O agendamento do test drive
deve ser feito por meio do tele-
fone 0800 772 4379 – a ligação é
grátis. A chamada será encami-
nhada à concessionária mais
próxima do cliente, que marca-
rá a visita do vendedor. A ação é
apenas para veículos zero-km.
Todos os carros do test drive
vão passar por higienização
após o uso. Os profissionais
“também seguirão procedimen-
tos extras de higiene”, de acor-
do com informações da empre-
sa. A ação é válida para todas as
concessionárias do Brasil.
VOLKSWAGEN
REGISTRA NOVO
GOLF NO BRASIL
A JAC vai lançar na China uma
nova picape média, a T9. O mo-
delo é uma evolução da atual
T8, mas tem extensas modifica-
ções no visual em relação ao car-
ro no qual foi inspirada.
O destaque do desenho é a
dianteira, com aspecto bastan-
te radical. Os faróis têm separa-
ção para as luzes de uso diurno,
setas e facho principal. Essa ten-
dência vem sendo adotada por
carros de várias marcas.
Por aqui, a T8 é vendida ape-
nas na versão elétrica. O motor
gera o equivalente a 150 cv de
potência e 34 mkgf de torque en-
tregues instantaneamente. A pi-
cape é tabelada a R$ 259.900 e
tem autonomia de 320 quilôme-
tros, segundo informações di-
vulgadas pela fabricante.
É provável que a T9 seja vendi-
da no Brasil na versão elétrica.
Depois de ver a concorrência
deitar e rolar no segmento de
SUVs menores, finalmente a
Toyota vai reagir. Em uma apre-
sentação feita para executivos e
acionistas da empresa em que
foram revelados os lançamen-
tos programados para até 2022,
há dois utilitários inéditos. E há
grande chance de um deles ser
vendido também no Brasil.
Trata-se de um crossover fei-
to sobre a mesma base do Corol-
la – o lançamento deve ocorrer
no fim do ano. Ser a versão SUV
do sedã médio (em mercados
como o Brasil) de maior suces-
so do mundo é um baita apelo.
A plataforma TNGA (Toyota
New Global Architecture) é a
versão japonesa da MQB, da
Volkswagen, que dá origem a
quase todos os atuais produtos
da marca alemã, como Polo, Vir-
tus, T-Cross, Golf, Jetta e até
mesmo o Tiguan.
Entre as vantagens, inclusive
em relação à MQB, a TNGA está
pronta para a eletrificação. Essa
base pode ser utilizada tanto
em modelos híbridos, como o
atual Corolla vendido no Brasil,
quanto em carros 100% elétri-
cos, pois permite a instalação
de baterias maiores.
O único detalhe sobre o novo
SUV é que só haverá propulsão
híbrida, o que faz todo sentido.
No Brasil, o modelo será posi-
cionado entre o Raize (falare-
mos dele já, já) e o RAV4.
A novidade deverá ser a ver-
são de produção do conceito
FT-4X. Se isso se confirmar, o
modelo será um dos Toyota
com linhas mais ousadas dos úl-
timos tempos – assim como
ocorreu na renovação do RAV4.
Aliás, esse estilo visual pare-
ce ser a aposta deste início de
década. Além da Toyota, a Ford,
com o Bronco e o Adventurer, e
a Land Rover, com o Defender,
seguem a mesma trilha.
Outro modelo inédito revela-
do na apresentação da Toyota é
um SUV compacto com carroce-
ria cupê. A estreia está marcada
para o terceiro trimestre de
- O objetivo da marca é ter
um carro moderno, como o
CH-R, mas mais competitivo.
O CH-R, aliás, foi flagrado no
Brasil rodando em testes, mas a
marca acabou desistindo de lan-
çá-lo. Primeiro porque o preço
ficaria bem acima da média dos
SUVs compactos vendidos no
País. Além disso, o porta-malas
de 377 litros e o parco espaço na
traseira foram apontados como
pontos muito negativos em pes-
quisas feitas com clientes.
Raize está caminho. Por ora, o
modelo da Toyota mais espera-
do no Brasil é um SUV compac-
to que será feito em Sorocaba
(SP). O Raize, nome provisório
que já foi registrado no Institu-
to Nacional da Propriedade In-
dustrial (Inpi), é derivado do
Rocky, carro da Daihatsu, mar-
ca controlada pela Toyota.
As imagens registradas no In-
pi revelam o para-choque dian-
teiro e os faróis (com LEDs) do
modelo. É possível constatar
que a frente será igual à do carro
vendido no mercado japonês.
Contudo, o novo SUV nacio-
nal será ligeiramente maior que
o fabricado no Japão.
Por lá o jipinho é oferecido
com motor 1.0 turbo a gasolina
que gera 98 cv de potência. O
câmbio automático CVT é deri-
vado do utilizado no Lexus UX.
No Brasil o carro terá moto-
res mais potentes, herdados do
Corolla. Haverá opção 2.0 de
177 cv e, provavelmente, siste-
ma híbrido com motores 1.8 e
elétrico. A transmissão deverá
ser a mesma CVT do Corolla.
O novo modelo é fruto de in-
vestimentos de R$ 1 bilhão fei-
tos pela Toyota na fábrica onde
já são produzidas as linhas
Etios e Yaris. O SUV inédito de-
verá ser o primeiro a utilizar a
versão encurtada da platafor-
ma modular TNGA, batizada pe-
la empresa de TNGA-B.
Essa base é uma das apostas
da companhia japonesa para ele-
trificar toda a sua gama de pro-
dutos nos próximos dez anos.
FOTOS: TOYOTA/DIVULGAÇÃO
DODGE/DIVULGAÇÃO CAOA CHERY/DIVULGAÇÃO
VOLKSWAGEN/DIVULGAÇÃO
INPI/DIVULGAÇÃO
Oitava geração do hatch
médio já foi registrada
no INPI e deverá ter
versão eletrificada no
mercado brasileiro
REPRODUÇÃO
SUV DO
COROLLA
ESTÁ NO FORNO
Material divulgado internamente pela Toyota mostra que o modelo,
que utiliza a base TNGA, a mesma do sedã, chega no fim deste ano
Estiloso. Visual
será inspirado no
do conceito FT-4X
Propulsão. Inédito, crossover médio terá versão híbrida
|O ESTADO DE S. PAULO|São Paulo, 1 de abril 2020 I3DI