O Estado de São Paulo (2020-04-01)

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O ESTADO DE S. PAULO QUARTA-FEIRA, 1 DE ABRIL DE 2020 NotaseInformações A


U


ma sociedade bem informada,


com acesso amplo a dados cien-


tíficos e opiniões de especialistas


reconhecidos, é capaz de enten-


der a dimensão de crises como a


da pandemia de covid-19 e, as-


sim, colaborar ativa e prontamente para que


seus efeitos sejam mitigados. Para isso, é preciso


que a sociedade confie tanto na ciência e nas au-


toridades sanitárias como na imprensa.


Quando joga todo o peso institucional e políti-


co de seu cargo em ataques sistemáticos à im-


prensa, à ciência e às autoridades sanitárias esta-


duais e mesmo as de seu próprio governo, o pre-


sidente Jair Bolsonaro confunde os cidadãos so-


bre o que fazer diante da pandemia e, assim, atra-


sa as medidas necessárias para contê-la e para


evitar mortes.


Como todo movimento autoritário, o bolsona-


rismo hostiliza a ciência, pois esta revela as im-


perfeições do mundo real, contradizendo os de-


vaneios fabulosos de seu líder messiânico e de-


monstrando os limites de seu poder. Não à toa,


Bolsonaro vive a repetir, inclusive em rede nacio-


nal, que a covid-19 é uma “gripezinha”, ignoran-


do amplas evidências científicas em contrário.


Com isso, o presidente estimula os cidadãos em


geral a não acreditar nos cientistas, que esta-


riam a serviço de gente interessada em minar


seu governo.


Bolsonaro quer fazer crer que a pandemia na-


da mais é que uma invenção de


seus inimigos para destruir a eco-


nomia e, assim, derrubá-lo. E tal


versão ganha contornos quase cri-


minosos quando Bolsonaro des-


denha das mortes causadas pela


pandemia, pois o que interessa,


diz ele, é manter empregos – es-


tes que seu governo, por sua lenti-


dão e incompetência, não havia


sido capaz de manter e criar nem


mesmo antes do coronavírus.


Para sustentar essa opinião,


Bolsonaro, catedrático em fake


news , tratou de espalhar que o


próprio diretor-geral da Organização Mundial


da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreye-


sus, defendeu num pronunciamento o retorno


ao trabalho. Trata-se de distorção grosseira do


que disse o diretor da OMS, o que mostra até on-


de vai a falta de escrúpulos do presidente.


É com esse ânimo que Bolsonaro redobra seus


ataques à imprensa, cujo trabalho profissional é


justamente o de expor para a sociedade a real di-


mensão do problema que o presidente e seus fa-


náticos devotos teimam em minimizar. A im-


prensa, já disse Bolsonaro, é a res-


ponsável pelo que ele chamou de


“histeria” em torno da pandemia.


Na mais recente investida, on-


tem, estimulou seus apoiadores a


hostilizar os jornalistas que o


questionavam sobre sua decisão


de desrespeitar as orientações de


seu próprio ministro da Saúde,


Luiz Henrique Mandetta, acerca


dos cuidados para evitar a propa-


gação do coronavírus. Diante da


agressão, os jornalistas deixaram


o local, momento em que Bolsona-


ro – repita-se, o presidente da Re-


pública – gritou: “Vai embora? Vai abandonar o


povo? A imprensa que não gosta do povo”.


Felizmente, mais e mais vozes da sociedade


têm se levantado contra esse assalto de Bolsona-


ro à inteligência. Governadores garantem que


manterão as medidas de isolamento social, à re-


velia do presidente – o paulista João Doria infor-


mou que entrará na Justiça caso o presidente de-


crete a reabertura do comércio, como ameaçou


fazer. O presidente do Supremo Tribunal Fede-


ral, Dias Toffoli, defendeu o isolamento social,


dizendo que “não dá para ser contra os fatos” e


que não se combate a pandemia com “achis-


mos”. O Senado, por sua vez, divulgou um mani-


festo, chancelado inclusive pelo líder do gover-


no, Fernando Bezerra (MDB-PE), em defesa do


isolamento social.


Mesmo alguns dos ministros mais importan-


tes do governo deixam claro que o melhor para


o País, hoje, é levar a sério a ciência e não o presi-


dente. Além do ministro Mandetta, que conti-


nua a defender “grau máximo de isolamento” pa-


ra conter a pandemia, o ministro da Economia,


Paulo Guedes, disse que, “como economista,


gostaria que pudéssemos manter a produção,


voltar o mais rápido possível”, mas, “como cida-


dão, seguindo o conhecimento do pessoal da


Saúde, ao contrário, quero ficar em casa e fazer


o isolamento”. E o ministro da Justiça, Sérgio


Moro, compartilhou em suas redes sociais um


“excelente artigo” – palavras dele –, segundo o


qual “é hora de ouvir a ciência”.


E


mpenhado em


gastar para con-


ter os efeitos do


coronavírus, o go-


verno federal já


admite fechar o


ano com um rombo de pelo me-


nos R$ 350 bilhões em suas


contas primárias, calculadas


sem os juros. A pandemia tirou


de cena os R$ 124,1 bilhões pre-


vistos no Orçamento como li-


mite para o déficit primário do


governo central. O saldo em


vermelho será algo próximo do


triplo desse valor. Correspon-


derá, portanto, a uns 4,5% do


Produto Interno Bruto (PIB),


segundo estimativa do Ministé-


rio da Economia. Sacrificam-se


as contas públicas, em 2020,


para tentar frear o contágio, im-


pedir o colapso do sistema de


saúde e dar algum apoio aos


trabalhadores de baixa renda,


incluídos os informais.


Com a calamidade pública


reconhecida pelo Congresso,


o Executivo fica dispensado,


neste ano, do rigor da Lei de


Responsabilidade Fiscal. O go-


verno deve dar prioridade à


preservação da vida e, tanto


quanto possível, atenuar os da-


nos econômicos da pandemia.


Mas terá de voltar à disciplina


em 2021, submetendo-se aos


limites de gastos e, de modo


geral, aos padrões legais do


Orçamento.


Mas os problemas do poder


central compõem apenas uma


parte dos desafios. A crise atin-


ge também as finanças de Esta-


dos, municípios e estatais. So-


mados todos os danos fiscais, o


déficit primário do setor públi-


co poderá chegar a uns R$ 400


bilhões, superando 5% do PIB.


Em 2019 esse déficit ficou em


R$ 61 bilhões, ou 0,9% do PIB.


Os danos ocasionados pela


pandemia ainda são pouco visí-


veis nos últimos dados fiscais,


mas os números de fevereiro


são preocupantes. O déficit


mensal do setor público, nas


contas primárias, chegou a R$


20,90 bilhões, o pior valor para


um mês de fevereiro desde


2017, quando atingiu R$ 23,


bilhões. Esse conjunto inclui


os três níveis de governo e um


grupo de estatais, excluídas Pe-


trobrás e Eletrobrás. Os núme-


ros globais do setor público


são calculados pelo BC e os sal-


dos correspondem às necessi-


dades de financiamento.


No primeiro bimestre o re-


sultado foi um superávit de R$


35,37 bilhões, refletindo o sal-


do positivo de janeiro. Em 12


meses, no entanto, o resulta-


do primário foi negativo em


R$ 58,46 bilhões. Ainda sem


os efeitos do coronavírus, os


números comprovam, mais


uma vez, o peso dos gastos


previdenciários.


O déficit acumulado em 12


meses pelo INSS, de R$ 217,


bilhões, engoliu o superávit de


R$ 133,45 bilhões contabilizado


pelo Tesouro Nacional. Mais


uma vez o buraco nas contas fe-


derais, de R$ 85,32 bilhões, foi


o maior componente do déficit


primário. A pandemia ofuscou


parcialmente, nas últimas se-


manas, o problema das crescen-


tes despesas obrigatórias, in-


cluídos os gastos previdenciá-


rios. Estes gastos poderão su-


bir mais devagar nos próximos


anos, quando os efeitos da re-


forma aprovada em 2019 fo-


rem mais sensíveis. Mas ainda


faltará muito trabalho para de-


sengessar as contas públicas.


Quando se acrescentam os


juros, chega-se ao chamado re-


sultado nominal, um déficit de


R$ 440,42 bilhões em 12 me-


ses. Esse valor corresponde a


6% do PIB. Para cobrir esse


enorme buraco o setor público


tem de se endividar, pagando


juros maiores que aqueles co-


brados na maior parte das


grandes economias. Apesar dis-


so, tem havido notícias positi-


vas. O custo financeiro do go-


verno tem evoluído mais sua-


vemente, graças à redução dos


juros básicos pelo BC. Boa par-


te da dívida é remunerada com


base nesses juros.


Como a inflação deve conti-


nuar baixa, por causa da per-


da de renda dos trabalhado-


res e do freio na demanda, o


BC poderá evitar aumento de


juros nos próximos meses.


Talvez possa realizar novo


corte. Segundo projeção do


mercado, a taxa básica poderá


cair de 3,75% para 3,50% no


fim do ano.


Juros contidos ajudarão a li-


mitar a expansão da dívida pú-


blica. O endividamento aumen-


tará, de toda forma, para cobrir


o déficit crescente. Em feverei-


ro, a dívida bruta do governo


geral (três níveis) atingiu R$


5,61 trilhões e passou de 76,1%


para 76,5% do PIB. Membros


da equipe econômica falavam


em mantê-la abaixo de 80% do


PIB, mas isso será difícil neste


ano. A esperança é retomar es-


se trabalho em 2021.


H


á cem anos da


1.ª Guerra Mun-


dial – “a guerra


para acabar


com todas as


guerras” –, 80


anos do início da 2.ª Guerra e


30 anos do fim da guerra fria,


as nações foram novamente


precipitadas numa guerra mun-


dial, mas agora contra um úni-


co inimigo. Para dar a todo o


mundo uma ideia da ferocida-


de desse combate, o secretário-


geral das Nações Unidas, Antó-


nio Guterres, fez um apelo de


cessar-fogo “em todos os can-


tos do mundo”.


“É hora de pôr o conflito ar-


mado em confinamento e fo-


car juntos na verdadeira luta


por nossas vidas”, disse Guter-


res. “O vírus não se importa


com nacionalidade ou etnia,


facção ou fé.” Em entrevista à


CNN, Guterres lembrou o ób-


vio: “Uma guerra em dois


fronts é terrível”. O apelo


ecoou no Vaticano: “Parem to-


das as formas de hostilidade be-


licosa em favor da criação de


corredores para ajuda humani-


tária, esforços diplomáticos e


atenção a quem se encontra


em grande vulnerabilidade”,


suplicou o papa.


Há precedentes para uma es-


perança realista. Em 2004, um


tsunami no Pacífico encerrou


três décadas de guerra na Indo-


nésia. Em 1995, os EUA nego-


ciaram seis meses de paz no Su-


dão para erradicar um surto do


verme-da-guiné. Nos últimos


anos, o Médicos Sem Frontei-


ras pôde atuar sob cessar-fogos


curtos em Serra Leoa, no Con-


go e na África Central.


O apelo de Guterres não caiu


no vazio. Apesar da guerra civil


no Iêmen ser considerada pela


ONU a maior crise humanitá-


ria global, com mais de 12 mil ci-


vis mortos durante os comba-


tes e 230 mil em consequência


deles, o governo e a milícia


Houthi acabam de pactuar o


primeiro cessar-fogo desde



  1. Nas Filipinas, o presiden-


te Rodrigo Duterte e as guerri-


lhas comunistas suspenderam


as hostilidades da mais longa


das rebeliões asiáticas. A milí-


cia separatista de Camarões


também declarou cessar-fogo.


A cooperação entre as autorida-


des israelenses e palestinas pa-


ra permitir o envio de profissio-


nais de saúde, suprimentos e


equipamentos para a Faixa de


Gaza e para a Cisjordânia foi


classificada pela ONU como


“excelente”.


Por outro lado, a guerra civil


na Líbia recrudesceu. Uma


trégua humanitária curta che-


gou a ser negociada, mas durou


menos de 24 horas. No dia se-


guinte, Tripoli sofreu um dos


piores bombardeios deste ano.


Tudo indica que as partes em


conflito creem que a distração


global causada pela pandemia é


uma oportunidade não para ne-


gociar com seus adversários,


mas para eliminá-los. Na Síria,


ainda que um cessar-fogo em


Idlib tenha sido pactuado no


início de março e as milícias


curdas tenham prometido “evi-


tar ações militares”, os siste-


mas de saúde devastados pela


guerra devem ser brutalmente


bombardeados pelo vírus.


A ONU lançou um plano de


US$ 2 bilhões para mitigar a


pandemia em campos de refu-


giados e fez um apelo a que as


sanções impostas a países co-


mo Irã, Cuba, Congo, Venezue-


la e Zimbábue sejam suspensas


ou flexibilizadas, sobretudo pa-


ra permitir o acesso a suprimen-


tos e equipamentos médicos.


“Lutem como o diabo”, dis-


se o diretor da OMS, Tedros


Adhanom Ghebreyesus, aos lí-


deres do G-20, entre eles Do-


nald Trump e Xi Jinping. “Lu-


tem como se suas vidas depen-


dessem disso – porque depen-


dem.” A cooperação entre Chi-


na e EUA foi decisiva na crise fi-


nanceira de 2008 e no surto de


ebola em 2014, e é crucial para


conter a pandemia e promover


a recuperação econômica glo-


bal. Mas, ao invés de suspen-


der a sua “guerra fria” comer-


cial, os dois países vinham tro-


cando hostilidades. Felizmen-


te, nos últimos dias os dois pre-


sidentes parecem ter pactuado


um “cessar-fogo”.


A ONU pede um pacote de


US$ 2,5 trilhões para socorrer


os países em desenvolvimento.


“Creio que o interesse próprio


esclarecido prevalecerá”, disse


Guterres. “Se o vírus não for su-


primido no mundo em desen-


volvimento, se alastrará como


fogo em mato seco. Com mi-


lhões de transmissões, ele pode


sofrer mutações e contra-ata-


car o mundo desenvolvido.” É


uma constatação irrefutavel-


mente lúcida, assim como esta:


“A fúria do vírus ilustra a loucu-


ra da guerra”. Ambas impõem a


missão de lutar “como o diabo”


para que a solidariedade na pan-


demia ilustre a sanidade da paz.


Ciência versus achismo


ANTONIO CARLOS PEREIRA / DIRETOR DE OPINIÃO

É hora de pôr o conflito


armado em confinamento


e lutar por nossa vida, diz


secretário-geral da ONU


Notas & Informações


A pandemia invade as contas públicas


Diante da pandemia,


governo tem licença


para gastar e romper


o limite do déficit


Um único inimigo


l Pandemia


Os moitas


Parece que o vírus da insensibi-


lidade está atacando concomi-


tantemente ao da covid-19, da


dengue e outros mais corriquei-


ros. O último a ser atacado foi


o sistema bancário, que aumen-


tou juros de empréstimos num


momento de excepcionalidade.


Alia-se a outros, como bilioná-


rios que preferem ter salas pa-


trocinadas em museus america-


nos e europeus a fazer doações


representativas no momento,


a funcionários públicos aferra-


dos a privilégios, a empresá-


rios privados que aproveitam a


oportunidade para majorar pro-


dutos de primeira necessidade.


São os moitas. Acham que so-


mos cegos, como o fomos du-


rante anos para o enorme volu-


me de dinheiro corrompido.


Que, aliás, ainda se pratica,


diante de nossas leis tão lenien-


tes com práticas abjetas.


SERGIO HOLL LARA


[email protected]


INDAIATUBA


Aumentos extemporâneos


Enquanto todos os segmentos


se unem pelo bem comum,


que é otimizar recursos no


combate ao coronavírus, a in-


dústria farmacêutica anuncia


reajuste nos preços dos medi-


camentos! Seria cômico se não


fosse trágico. Falta de bom sen-


so e sensibilidade. Mas há ou-


tros setores que se recusam a


dar sua colaboração neste mo-


mento difícil que o Brasil e o


mundo atravessam. Entre eles


estão aqueles funcionários pú-


blicos que recebem os mais


diversos tipos de “auxílios” e


penduricalhos e não abrem


mão dessas imoralidades.


ELIAS SKAF

[email protected]

SÃO PAULO

A farra dos penduricalhos


Muitos setores da sociedade


têm sido chamados, de fato, a


contribuir na luta contra o co-


ronavírus. Resta, agora, a cate-


goria dos privilegiados servido-


res públicos, cujos ganhos es-


tão acima dos recebidos pelos


brasileiros comuns. No Poder


Judiciário, no Executivo e no


Legislativo não se tem notícia


ainda de nenhuma forma de


adesão. Todavia, sem demora,


os indecentes penduricalhos,


de que tanto se tem falado, de-


vem ser cortados, indo essa


milionária verba para o Minis-


tério da Saúde. Afinal de con-


tas, já não tem o menor senti-


do moral que o piso salarial de


um deputado, de um juiz ou de


um governador se fixe acima


de R$ 20 mil, quando o de um


professor corresponde a me-


nos de R$ 3 mil. Além dessa


desproporção, frise-se que os


tais penduricalhos são criados


pelas próprias categorias. Essa


transferência de valores, sim,


seria moral e oportuna.


FABIO HENRIQUE FARIA

[email protected]

SÃO PAULO

Castas públicas


Ah, como é bom fazer parte


das castas públicas. O funciona-


lismo se nega a ter os salários


reduzidos, bem como a perder


as benesses que somente eles


têm, como a intocabilidade de


seus empregos e a garantia do


salário no fim do mês. A con-


traproposta é taxar grandes


fortunas, como se sua aprova-


ção fosse rápida e eficaz. Por-


tanto, uma cortina de fumaça


para esconder, mais uma vez, a


dura realidade que temos de


financiar. Enquanto isso, a po-


pulação está apreensiva, pen-


sando em como fará para en-


frentar o dia a dia sem dinhei-


ro. E na Câmara Municipal pau-


listana um jabuti é inserido pa-


ra a punição de crimes de cor-


rupção praticados por seus fun-


cionários ficar mais difícil, se


não impossível. A nós, pobres


mortais, que ficamos à míngua,


resta-nos torcer para que o


bom senso prevaleça e esta epi-


demia vá embora, porque aque-


la outra praga vai continuar.


ADEMIR ALONSO RODRIGUES

[email protected]

SANTOS

Corte nas gorduras


Por quanto tempo haveremos


de suportar os “empréstimos


caridosos” dos privilegiados de


plantão, que estão no Executi-


vo, no Legislativo e no Judiciá-


rio? São castas privilegiadas


que não dão sequer sinalização


de abdicar de seus “direitos


adquiridos”. Estou cansada de


conversinha bonita para elas


ficarem bem na foto. Espero,


de coração, que deem espaço a


quem não suporta mais menti-


ras e, sobretudo, hipocrisia.


Não falo por mim, mas por mi-


lhões de desempregados, doen-


tes ou não. O Estado tem de


dar o exemplo, sim, cortar da


sua própria carne a parte que


nos obrigaram a engordar.


GLORIA MONTEIRO DE MORAES

[email protected]

SÃO PAULO

Proteção inadequada


Segundo o noticiado, o Estado


de São Paulo registrava na se-


gunda-feira 1.451 casos confir-


mados do vírus em profissio-


nais da área de saúde. Só o


Hospital Albert Einstein tinha


348 deles e Sírio-Libanês, 104.


O verdadeiro número dos in-


fectados, todavia, deve ser ain-


da maior, muito maior. Enfim,


se isso acontece em hospitais


com tanto renome, é preciso


rever com urgência os equipa-


mentos de proteção utilizados


por todo o pessoal que possa


vir a ter contato direto com


pacientes infectados. Em to-


dos os hospitais! Pois quem se


contamina o faz involuntaria-


mente e da mesma forma con-


tamina os demais à sua volta.


JORGE A. NURKIN

[email protected]

SÃO PAULO

Holofotes no Pacaembu


Sugiro a reativação do antigo


Hospital Sorocabano, na Lapa,


atualmente desativado.


CLAUDINER GOMES DE OLIVEIRA

[email protected]

SÃO PAULO

Admirável mundo novo


Os chamados “50+” passaram


de invisíveis a protagonistas.


Hoje são o principal grupo de


risco. Amanhã, no mundo pós-


revolução do coronavírus, será


um enorme risco para a socie-


dade se ela não valorizar o co-


nhecimento, a experiência e o


potencial de consumo desse


grupo etário, que atualmente


já soma mais de 55 milhões de


pessoas. Precisamos integrar


as características mais relevan-


tes de cada grupo etário para a


construção de uma sociedade


realmente plural e inclusiva,


rica na diversidade, saudável


em seus propósitos e fortaleci-


da em seus valores.


MAURO WAINSTOCK

[email protected]

RIO DE JANEIRO

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