Valor Econômico (2020-04-01)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 13 da edição"01/04/2020 1a CAD A" ---- Impressapor rcalheiros às 31/03/2020@20:06:


Quarta-feira, 1 de abrilde 2020|Valor| A


Desafios de uma pandemia

ErrosdosEUAdãoforçaàideiadequeaautocraciachinesafuncionamelhor.PorMartinWolf


“O Brasil tem


hoje massa


críticacapaz


de resolver


qualquer


problemade


coronavírus”.


DeFersenLambranho,presidente


doconselhodaGPInvestimentos,


para quemo ecossistemade


tecnologiadopaís é excelente


Tiago Cavalcanti


O que falta é uma


estratégiaclara


da Presidênciada


República.Ausênciade


ações é a piorpolítica


A

revistaamericana Wi-


red lançou em2 002


um programade


apostasde longopra-


zo (“longbets”)entreinfluentes


cientistas. A ideiadessas apostas


era tentarpreverfuturos avan-


ços na ciência, tecnologiae mu-


danças na humanidadeque po-


deriam ocorrer nas décadasse-


guintes.


O astrônomo Martin Rees, fun-


dador doCentro de Riscos Exis-


tenciais da Humanidade da Uni-


versidadedeCambridge,apostou


que, entre 2002 e2020, uma pan-


demia, causada por bio-terrorou


não, levaria àmorte milhares de


pessoas.NãohádúvidasqueMar-


tin Rees, humanista, preferiria


perder essaaposta. Contudo, o


mundocadavezmaisinterconec-


tado facilita o contágio globalde


algumvírus que o ser humano


aindanãotemimunidade.


Oplanetainteiroestáemestado


de pânico pela pandemia chama-


dadeCoronavírusoucovid-19.Até


odia de hoje,jáhá registros de


mais de 800 mil casos de coronaví-


rusem200países.Onúmerodein-


fectados é bemsuperior já que a


maioriadas pessoas não étestada.


O número de mortes está acima de


40milpessoas.


Apesarda atualpandemiaser


a crisede saúdee(talvez a) eco-


nômicamais importanteda ge-


raçãoquenasceuapósaSegunda


GuerraMundial, éimportante


lembrarque ahistóriahumana


tem sido marcada por ciclosde


epidemias.Em geral,são ataques


naturais que atingemtodosos


espaços geográficose setoresda


sociedade.No entanto, cientistas


cadavez maistem alertadopara


umpossívelterrorbiológico.


Háregistrosdeepidemiascom


potencial de dizimaruma fração


importanteda população desde


o declíniodo períodoNeolítico,


por voltade 3000AC. Como,por


exemplo, a “Pragade Atenas”en-


tre 430 e426 AC, quando30% da


população ateniense pereceu


por um surtode varíola; ou a


“Pragade Cipriano”, epidemiade


sarampoe varíola,entreos anos


249 e 262 da era Cristã,que de-


vastouoImpérioRomano.


A maiorpandemiavividaaté


hoje,conhecidacomo a “Grande


PragaBubônica”, aconteceuen-


treosanos1346e1353.Essapan-


demiacausouomaiselevadonú-


merode mortesna história,esti-


mando-sea perdade 75 a 200


milhõesde pessoasna Eurásiae


norteda África.A Europa foi de-


vastada coma mortede 1/3 de


sua população, atingindotodas


as camadas sociais, causando


profundasmudanças políticas,


econômicaseculturais.


O clássico“De camerão”, de Gio-


vanniBoccacciofoiescritodurante


a“GrandePragaBubônica”, e é es-


truturado em contos trágicos e de


amor contadospor setejovens


mulheres etrês rapazes,que se iso-


laramemumavilapertodeFloren-


çaparaseprotegeremdessapraga.


A descriçãode comoapraga se es-


palhava pelascidades eodesespe-


ro das pessoas são atuais: “... esta


pestilência, lançada sobre os mor-


taispor justa ira de Deusepara


nossa expiação,começara naspla-


gas orientais...Sem tréguas de um


lugaraoutro;eexpandira-semise-


ravelmentepara o Ocidente... Esta


pestefoi de grande violência; por-


que ela se lançava contra os sãos,


partindo dos enfermos, desdeque


enfermose sãos ficassem juntos...


de os parentes, juntos,rarasas ve-


zes,ou nunca, se visitarem,e,


quandose visitavam, ainda assim


sóofazeremdelonge”.


merodefatalidades. Os relatos de


médicos escolhendo pacientes


que serão tratados epessoas su-


cumbindo esendosepultadas so-


zinhas em sociedadescom fortes


laçosfamiliares,comonaItália,ge-


ramprofundaafliçãoetristeza.


Atualmente a maioria dos paí-


sesestáadotandopolíticasdeiso-


lamentosocial, fechamento de


colégios, universidades eproibi-


çãodeeventoscomaglomeração.


Tais medidas, alémde preserva-


rem vidas, tendemadiminuir o


contágio e reduzir o fluxode pes-


soasindoparaoshospitais.


Sem a vacina, em um ambiente


com baixos custos de transaçãoe


ondetestes em massasão factíveis,


a política ótima étestar, rastrear as


pessoas e isolar os indivíduos com


ovírus, assimcomoaqueles que


foramexpostos aos enfermosda


covid-19.Assim, olockdown, que


coloca diversos custosna nossa so-


ciedade, não seria necessário.Aal-


ternativaaolockdownrequerforte


capacidade de coordenação do Es-


tadoem conjuntocomtecnolo-


gias de geolocalização, como a de-


senvolvidapela empresaPernam-


bucanaInLoco.


No entanto, não estamosnesse


ambiente.Um lockdowntempo-


rário para achatar acurva de


transmissão da covid-19 éneces-


sário. Depois de elaboradoum


plano combase em testes em


massa, monitoramento e isola-


mento direcionado, entãoo lock-


downpode ser gradualmente re-


laxado. Emanuel Ornelas, profes-


sor titular da FGV-SP, explica bem


os argumentos em artigo publica-


do no VoxEU. Entendo que ocaso


do Brasil não é trivial dadaa situa-


Umaoutrapandemiade im-


pactoglobalfoi a “GripeEspa-


nhola” de 1918.Causadapelo ví-


rus da influenzaH1N1,essa pan-


demiainfectoucercade 25% da


populaçãomundialda épocae


matouaproximadamente 50 mi-


lhõesdepessoas.Aocontráriodo


covid-19,a gripeespanholama-


tou principalmenteadultosjo-


vensmenoresde65anos.


Apesar da letalidade da co-


vid-19 não ser elevada em compa-


raçãocom outrosvírus,o rápido


contágio podecausar ocolapso do


sistema de saúde,elevandoonú-


A

históriase acelera em


crises.Estapandemia


podenão transformar


omundoporsisó,mas


podeacelerar mudançasque já


estavamem andamento. Uma


delasé a relaçãoentreChina,a


superpotênciaaindaem forma-


ção,eos Estados Unidos,aatual


superpotência.Serumasuperpo-


têncianão é apenasuma questão


de forçabruta,mas tambémde


ser vistocomoum lídercompe-


tenteedecente.Depoisdas vitó-


rias na Segunda GuerraMundial


enaGuerraFria,osEUAeramum


líderdessetipo. AChina,apesar


da força econômica cadavez


maior,não.Mas os temposmu-


dam.O coronavíruspodeacele-


raroprocesso.


Kishore Mahbubani, um ex-di-


plomata de Cingapura, escreveu


um livro marcadamente provoca-


dor sobre a luta pela primazia en-


tre as duassuperpotências sob o


provocador título “Has the West


Lost It?: A Provocation” (algo co-


mo, “O OcidentePerdeu?: Uma


Provocação”, em inglês). Arespos-


ta, sugere ele, é“ainda não”. Mas


poderá. Isso não apenas peloseu


tamanho,mastambémpeloserros


americanos, incluindo suas falsas


percepções sobre a realidade chi-


nesa.Talvez, a conclusão maisim-


portante aextrair de sua análise é


que ainfluência mundial deriva


dasprópriasescolhas.


ChinaeEUA cometeram,am-


bos, grandeserros.Mas o fracas-


so dos EUA em criar uma prospe-


ridadecompartilhada em casa e


sua belicosidade no exteriores-


tão se mostrandoimpeditivos. A


deplorável presidênciade um in-


competentemaléficoé um dos


resultadosdisso.


Agora, veio ovírus, um evento


não considerado no livro. A pan-


demia direciona os durosholofo-


tes sobre a competência e adecên-


cia das superpotências. Faz omes-


mo sobreasolidariedade (ou sua


ausência)daUniãoEuropeia,aefe-


tividadedosEstados,avulnerabili-


dadedas finançaseacapacidade


de cooperação mundial. Em tudo


isso, odesempenho dos EUA eda


China é de suprema importância.


Então,oquesabemos?


O novocoronavírus, que vem


causandotantocaoseconômico e


social, surgiu na província de Hu-


bei, na China. Parece haver pouca


ção das pessoas nas comunidades


maispobres, oque demanda um


Estadoaindamaisativo. Mas até


termos uma ideia clara da propa-


gação do vírus no país, aausência


de um lockdown temporário é ne-


gligenciar apossível mortede ele-


vado númerode pessoas.


No lado econômico,amaioria


dos governos entendeuque a


quedana atividadeeconômica,


com ou sem lockdown,será bru-


tal e asituaçãoé extraordinária.


Umarecessão profundaedura-


dourapodeter efeitosde longo


prazovia mudançasnas expecta-


tivas,quedano preçodos ativos,


falência de empresas,quedana


taxa de participaçãoda forçade


trabalho e diversos custos de


ajuste.O desempregoem massa


de pessoasvulneráveis podege-
rar umaconvulsãosocialeau-

mento da pobreza. Um plano


econômicode ajudaàs empre-


sas, que em contrapartida deve-


riammanterumafraçãosignifi-


cativado emprego,évital.Além


de ajudaaos autônomos e a to-


dosabaixodalinhadepobreza.


O Congresso aprovou um pro-


grama nessa linha, incluindoauxí-


lio aos trabalhadoresinformais. A


comunicação do ministro Paulo


Guedes foi muito boa. O que falta


são ações integradas euma estra-


tégiaclaradaPresidênciadaRepú-


blica integrandotodosos ministé-


rios ao lado dosEstados eMunicí-


piosparaconterapropagaçãodes-


sapandemianopaís.Aausênciade


açõesnessaáreaéapiorpolítica.


TiagoCavalcantié professorde


Economia da Universidade de Cambridge


e da FGV-SP


dúvida quanto a isso. O Instituto


Nacional de Saúde dos EUA afirma


que se originouem morcegos. De


modo irresponsável etrágico, as


autoridades locais chinesas supri-


miram a notícia da infecção, cau-


sandoum atraso de pelomenos


trêssemanasnareação.Issopermi-


tiu que o vírus se espalhasse pelo


mundo. Na sequência, contudo,o


Estado chinês tomouações extre-


mas, colocando a doença sob con-


troleemHubeieimpedidosuadis-


seminação pela China. Em relação


àpopulação, a taxademortalida-


de na China tem sido muito baixa.


Tanto a supressão inicial das más


notícias quanto a escala da reação


são características de um Estado


repressor,aindaqueeficaz.


Essa reação eficaz contra a


doença vai ter um grande custo


econômicoparaaChina. Maso


governoencorajou os emprega-


dores amanter os funcionários e


ao mesmotempo deu apoio às


empresaspara que o fizessem. O


índice oficial de desempregour-


bano tem aumentado bempou-


co. Omaior grupo de vítimas,co-


mousual,temsidootrabalhomi-


grante. A China agora temcondi-


çõesde reabrir a economia, em-


bora ao fazê-lo exista o risco de


umasegundaondadadoença.


Os EUA,por sua vez, também


exibiram sua própriaformade


negação, que emanouvergonho-


samente do própriopresidente


DonaldTrumpeque se somou


aos enormeserrosde não au-


mentaradisponibilidade de tes-


tes ede equipamentos,assimco-


mo se viu no ReinoUnido.Jeffrey


Sachs,da Columbia University,


escreveu de formadevastadora


sobreas exibiçõesde ineficáciae


de má vontade.As infecçõesvêm


se espalhandoa uma velocidade


temerosapelo país.Pode piorar.


A Itáliae Espanhamostramaté


queponto.OsEUA,contudo,têm


a desvantagemadicionalde um


sistemadesaúdedeficiente.


Os EUA, assim como outrospaí-


ses de alta renda, agora reagiram


com o“distanciamento social” —


emboraTrump apenasotenha


ampliado de forma relutante—e


com um pacote fiscal de US$ 2tri-


lhões. RomanFrydman, da New


York University, argumenta que o


pacote, dada aescalada economia


americana, não é grande o sufi-


ciente nem é bem orientado: ape-


nas um vigésimodessa quantia es-


tá indo parahospitais, enquanto


os Estados receberãoapenas uns


trocados.Opiorde tudo,argu-


menta o ativista veterano contra a


corrupção Frank Vogl, é que um


fundo de US$ 500 bilhões para as


grandes empresas provavelmente


ficará sob ocontrolede Trump,


sem supervisão,oquevai contra a


vontadedoCongresso.


Os princípiosfundamentais


americanos da democracia e da li-


berdade individual continuam


atrativosparamuitospelomundo,


apesardaascensãomundialdaau-


tocracia populista. Ovigor de sua


economia privada ainda podesal-


var-nos atodos. Mashoje os EUA


vêm perdendo a reputaçãode


competência elementar,quejá ha-


via sido bastante golpeada por sua


longalista de guerras fúteisepela


crise financeira de 2007-2009. Par-


tesdogoverno,maisnotavelmente


o Federal Reserve (Fed, banco cen-


tral dos EUA), continuamsendo


eficientes, por enquanto, mas


quemsabeo queaconteceria em


um segundo mandato de Trump?


Mas a capacidade fundamental do


muitas vezesdesprezado “Estado


administrativo” —afortaleza de


qualquer civilização urbanacom-


plexa —realmente é importante.


Nestes temposde crise, sua ausên-


cia életal. Um governo em guerra


contra a ciência e seu próprio ma-


quinárioestrutural agoraestá ex-


postobemvisivelmenteatodos.


Para aqueles de nós que acre-


ditamna democracialiberal,es-


ses errosdos EUAmachucam:


eles dão forçaà ideiade que aau-


tocraciafuncionamelhor.Mas a


morte da decênciaeda compe-


tência em governosocidentais


importantesé um problemamo-


ral mundial.Énecessárioenfren-


tar a disseminação da doença,


gerenciar choques financeiros,


estabilizara economiae ajudar


os maisdesfavorecidos. Os EUA


precisam desempenhar um


grande papel.Não restamalter-


nativasparaocuparessepapel.


Precisamosser lembrados de


que,em pandemias, ninguémé


umailha. “Desta crise, precisam


surgir reformasàarquitetura in-


ternacional e um grau totalmente


novode cooperação global”, argu-


mentaGordonBrown. Para que is-


so aconteça, alguns Estados preci-


sam mostrar ocaminho. Qualquer


ordem mundial dependeda coo-


peração entreos Estados maisfor-


tes.ChinaeEUAnãoprecisamape-


nas funcionar. Precisamfuncionar


juntos,reconhecendoosinteresses


que compartilham etolerando


suasprofundasdiferenças.


Se não nós, quem?E se não


agora, quando?(TraduçãodeSa-


binoAhumada).


MartinWolfé editor e principalanalista


econômicodo FT


Cartasde


Leitores


Tragédia de duas superpotências falhas


Frase do dia


Abrapp e coronavírus


Oquefoiissocompanheiro?A


notíciapublicadanaediçãode


30/03naseçãoDestaque,quea


Abrapp,entidadequerepresen-


taosfundosdepensão,vaien-


viaraogovernoumalistadesu-


gestõesparamitigarosimpactos


dapandemiacomopedidode


extensãodascobrançasdecon-


tribuiçõesdeequacionamento


dosdéficitsénaminhaopinião


umpedidoequivocadoetotal-


mentedesalinhadocomointe-


ressedosparticipantes.


Osparticipantesprecisampa-


garmenoserecebermais.Nãoo


contráriocomoasuaproposta.


Piorainda,aousarapande-


miacomoumadesculpa,para


aumentaraarrecadaçãoetentar


cobrirosdéficitsdosplanos,a


Abrappacabaincentivandoos


dirigenteseexecutivosdasfun-


daçõesacontinuaremfazendo


umamágestão.Afinal,quem


semprepagapeloerronãosão


eles.Sãoosparticipantesque


temquecolocarmaisdinheiro.


DanielFuks


[email protected]


Bancos


Matériaassinadapelarepórter


AdrianaMattos,“VarejoAcusa


BancodeElevarJuros”,publica-


danaediçãododia31/3/2020,


levaànecessidadedeumafisca-


lizaçãoefetivadoMinistérioda


EconomiaeBancoCentrale,ca-


soconstatadorealmentetalprá-


ticaelucidadanapublicação,


umapuniçãoaosmesmos.


Emummomentodegrande


stressdomercado,comgoverno


liberandooladofiscal,abrindo


mãodopenosoajustequevinha


sendofeitohámeses,paraaju-


daranãocolapsaraeconomia,


nãoédebomtomaatitudedos


bancos.


Nãodefendoointervencionis-


mo,masnãodápraaceitarque


elesvenhamtirarproveitodasi-


tuação,emummomentoquere-


queruniãodetodos—Governo,


Empresas,SistemaFinanceiro,


Sociedadeemgeral—emprolde


superaromomento,causandoo


menordanopossívelaosistema.


Leandro R. R. Mourthe


[email protected]


Pós covid-1 9


Passadaessatormentadaco-


vid-19,omundoenósaquivive-


remosnovaseoutrasrealidades


inéditasnahistóriadahumani-


dade.Osajustesquefaremosem


todososseguimentosdasrela-


çõeshumanasserãonecessários


paravoltarmosaumnívelmíni-


modenormalidade,quetodos


terãonecessidadedevivenciar,


rumoàconstruçãodoprocesso


civilizatóriofundamentalparaa


preservaçãodaespéciehumana.


JoséNobre deAlmeida


[email protected]



Aspróximassemanassãopreocu-


pantesemrelaçãoaoriscomaior


decontaminaçãodocoronavírus.


Hámuitosriscosparaaeconomia,


masporcertodeveprevalecera


prevençãoàsaúde.Asperdaspo-


derãoserrecuperadascommuita


participaçãoeproteçãoàsaúde.


UrielVillasBoas


Qualquer ordemmundial


depende da cooperação


entre os Estados mais


fortes. Chinae EUA têm


de funcionar juntos,


reconhecendo os


diversos interesses que


compartilham e


tolerandosuas


profundasdiferenças. Se


não nós,quem? E se não


agora, quando?


Opinião


Correspondênciaspara


Av. 9 de Julho,5229 - Jardim


Paulista- CEP01407-907 - São


Paulo - SP, ou para


[email protected],comnome,


endereço e telefone. Os textos


poderãoser editados.


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