Aero Magazine - Edição 311 (2020-04)

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MAGAZINE 311 | (^67)
tuais cobranças antecipadas, os
principais centros de manutenção
adotaram um ritmo diferenciado
de trabalho para atender essa
demanda, dentro das restrições
impostas pelas autoridades. No
Helipark, na grande São Paulo,
a primeira reação foi seguir as
orientações de quarentena para
quase toda equipe, mas, com au-
mento repentino da demanda por
serviços de manutenção, tiveram
de elaborar um regime especial de
atendimento.
MOBILIZAÇÃO
Fatos positivos também se multi-
plicaram durante a pandemia do
coronavírus. Muitas empresas de
aviação, taxis-aéreos e até opera-
dores privados disponibilizaram
aeronaves para transporte de
médicos, enfermeiros, profissio-
nais de saúde, medicamentos,
equipamentos e insumos.
A Associação Brasileira de
Empresas de Táxi Aéreo, Regional
e de Manutenção (Abtaer) promo-
veu o que chamou de “Operação
Dínamo Brasil”, em alusão às
embarcações civis usadas na reti-
rada de tropas da França durante
a Segunda Guerra, disponibilizan-
do 138 aviões e 21 helicópteros
pertencentes a 42 companhias
de táxi-aéreo para transporte de
cargas, pessoal médico e pacientes
no âmbito do combate à covid-19.
Já a AOPA-Brasil lançou a “Missão
Humanitária Covid-19” com o
cadastro de pelo menos 230 aero-
naves e pilotos voluntários como
ferramenta logística em cenários
de crise, além de apoio em solo.
Uma portaria da Agência Na-
cional de Aviação Civil (ANAC)
permitiu o transporte de cargas
por empresas de táxi-aéreo sem
necessidade de anuência prévia.
Essa aprovação contribui para a
rapidez no transporte de substân-
cias biológicas e equipamentos
que podem ser usados pela área
da saúde, como medicamentos,
respiradores e exames.
Paralelamente, a empresa Two
Flex lançou uma rota “pinga-
-pinga” no Nordeste para atender
às necessidades de laboratórios. A
linha conta com escalas em quase
todas as capitais da região e tem
duração de 20h25min, partindo de
Confins, passando por Petrolina,
Fortaleza, Natal, Recife, Maceió,
Aracaju, Salvador e Porto Seguro,
antes de voltar a Minas Gerais. A
perna mais longa tem três horas e
meia e a mais curta, 50 minutos de
duração.
No auge da crise, porém,
governadores e prefeitos abusaram
de seu poder e tentaram fechar
aeroportos para conter a pande-
mia em suas cidades. O caso mais
grave aconteceu em Paraty, no Rio
de Janeiro, onde as autoridades
locais chegaram a obstruir a pista
de pouso com viaturas, tratores e
obstáculos para que aeronaves não
operassem. Mas só quem pode de-
terminar a suspensão de operações

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