DOSSIÊ SUPER 49
Complexo
de masCulinidade
Para Freud, a mulher não se confor-
ma com sua “castração”, continua
querendo ser um menino e faz de
conta que tem um pênis. Tudo isso
a leva a se tornar lésbica ou a uma
vocação fálica. Essa vocação, segun-
do o pai da psicanálise, é o que faz
a mulher querer assumir posi-
ções na sociedade “exclusivas do
homem”. De acordo com a teoria do
austríaco, um alto cargo numa mul-
tinacional, para muitas mulheres, é
um pênis simbólico, que finalmente
elas podem bater na mesa.
Ferida narcísica é o nome que Freud
dá para um abalo no nosso amor-
próprio, quando o ego narcisista
toma uma bordoada e sai para um
canto com o rabo entre as pernas.
Segundo o pai da psicanálise,
a menina tem essa ferida por
conta do seu sentimento de
inferioridade, aquela coisa de se
descobrir vítima de uma injustiça
da natureza, que seria a falta do
pênis. Por isso, segundo Freud,
o desenvolvimento da sexualidade
feminina pode seguir três caminhos
diferentes, dependendo da forma
como a menina vai lidar com esse
sentimento ligado à castração que a
inferioriza. Três destinos que serão
determinantes para a mulher adulta.
TRÊS DESTINOS
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inibição sexual
ou neurose
A mulher tem desejos sexuais,
profissionais e ambições que a
sociedade só permite aos ho-
mens. (Essa era a realidade na
Viena dos tempos de Freud –
mas não só lá.) Frustrada com
essa condição e sem forças para
vencê-la, a mulher não supera
sua inveja do pênis, reprime suas
vontades e permanece frígida
e infeliz para sempre. Na época
de Freud, esse seria o destino
seguido por muitas das histéricas
que frequentavam seu divã: mu-
lheres cuja repressão dos desejos
inconscientes viria à superfície
na forma de sintomas físicos.
sexualidade
feminina normal
Não se engane: esse “normal” de
Freud para a mulher significa a
aceitação de um destino como ser
humano de segunda categoria. As
“vantagens” são a tranquilidade
e a estabilidade que vêm com a
resignação do lar. A maturidade só
acontece quando a ligação com esse
pênis fracassado que é o clitóris
é abandonada pela adolescente,
sendo esse órgão substituído pela
vagina – mais passiva e no molde
certo para a penetração do marido.
Trabalho? Só dentro de casa. A vo-
cação para a maternidade faria com
que a mulher funcione no espaço
familiar, não no espaço público.
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