Banco Central do Brasil
Valor Econômico/Nacional - Eu & Fim de Semana
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes“Sempre levei muito a sério minhas
responsabilidades sob a Lei Hatch, legislação
dos EUA que restringe funcionários federais de
advogar em atividades políticas partidárias
dentro dos EUA e no exterior. O povo
americano decide os resultados das eleições
americanas”, informa nota da embaixada
americana. Engel não respondeu a pedidos de
entrevista.
Deputada do Novo México, Deb tem
despontado como uma das críticas mais
ferrenhas de Bolsonaro no Congresso
americano. “O governo Trump tem se
aproximado do presidente brasileiro Jair
Bolsonaro, embora ele continue a cometer
violações dos direitos humanos contra
comunidades indígenas e afro-brasileiras, para
permitir que as grandes empresas façam o que
quiseram na floresta amazônica e destruam
recursos naturais preciosos”, afirma Deb.
A deputada foi uma das primeiras pessoas de
ascendência indígena eleita para a Câmara dos
EUA e assinou um editorial no “Washington
Post”, em março, com a deputada brasileira
Joênia Wapichana (Rede) alertando para os
problemas enfrentados pelos indígenas durante
o governo Bolsonaro. Ao Valor , diz que o
combate independe da vitória de Biden.
“Não importa quem for o presidente após a
eleição, continuarei lutando para garantir que
os Estados Unidos pressionem nossos aliados
a buscar um padrão mais elevado.”
Para Derek Shearer, ex-embaixador americano
na Finlândia e professor de diplomacia do
Occidental College em Los Angeles, o fato de o
Comitê de Relações Exteriores da Câmara,
presidido por Engel, ter aberto uma
investigação mostra a seriedade do incidente e
seu potencial de repercutir negativamente para
o governo brasileiro. Caso eleito, Biden e sua
equipe devem investigar as ações de
embaixadores indicados por Trump, continua
Shearer. “Bolsonaro tem poucos apoiadores
entre os principais democratas, e esse
incidente apenas reforça o afastamento do
partido do atual governo brasileiro.”
Ele lembra de um episódio ocorrido no governo
de Bill Clinton, do qual fez parte.
O primeiro-ministro britânico na época, John
Major, ajudou a campanha de George H. W.
Bush a procurar elementos embaraçosos sobre
a temporada de Clinton na Universidade de
Oxford. O caso esfriou as relações entre os
países até Major ser substituído por Tony Blair,
conta Shearer.
Alan Abramowitz, professor da Emory
University e autor ou coautor de cinco livros
sobre política americana, concorda que Biden,
se eventualmente eleito, adotará uma postura
muito mais crítica em relação ao presidente
Bolsonaro. “Estaria de acordo com a grande
maioria dos democratas no Congresso. Nem
tanto pela pressão no Congresso, mas por
causa de um consenso amplo entre a elite da
política exterior democrata.”
Um dos maiores estudiosos da degradação
ambiental e ativistas pela conservação no
mundo, William Laurance diz que o movimento
global para pressionar o Brasil vem atingindo
um nível sem precedentes. “Te m havido uma
preocupação tão profunda e grave com o
governo Bolsonaro, de setores econômicos
nacionais e internacionais, que estamos vendo
um grupo muito amplo de agentes, empresas,
setor financeiro, empresários e consumidores
de commodity se envolvendo de maneiras que
nunca vimos antes, muito intensamente.”
Os incêndios na Amazônia no ano passado
foram a faísca de um movimento mundial para
proteger a Amazônia e os povos indígenas,
segundo Leila Salazar-López, diretora-
executiva da ONG americana Amazon Watch.
Citando o aumento do desmatamento neste
ano, ela afirma que sua organização está
mobilizando a comunidade mundial para
responsabilizar o governo, empresas e setor