O capital I 57
como também a “mudar a alma”, e nisso ela teve certo êxito. Muitas pessoas acaba
ram aceitando sua máxima: “Não há alternativa”. Esse mesmo conjunto de preo
cupações conflituosas se estende ao vasto campo das lutas políticas e culturais em
torno das relações existentes e futuras com uma “natureza” em perpétua evolução
que, em muitos aspectos, foi reconstituída como uma “segunda natureza” atra
vés de uma longa história de transformações ambientais. O modo como estamos
produzindo a natureza é uma questão altamente contestada que, mais uma vez,
não pode ser abordada independentemente da compreensão do funcionamento da
circulação e expansão do capital.
Não presumo que essas lutas estejam subsumidas naquelas que se vinculam à
perpetuação do valor em movimento. Pelo contrário, se há relação de subsunção
entre esses termos, ela é justamente a inversa. Contudo, o que o estudo do valor
em movimento propicia é uma compreensão muito melhor do que é que deve ser
subsumido nessa política mais ampla, e boa parte não é nada fácil de digerir.