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Durante o mês de março o noticiário brasileiro se voltou quase totalmente
para o novo coronavírus. No Ministério da Saúde já estudávamos estratégias
de propaganda para informar a população dos riscos e como proceder para
evitar o contágio desde o início da pandemia, mas agora a pauta se tornara
urgente. No entanto, como se daria, na prática, a veiculação dessas
informações?
Começamos com um pequeno vídeo. Chamei o pessoal da Comunicação
do Ministério da Saúde, que tem uma verba específica para campanhas, e
falei que as coisas estavam mudando muito rápido e que não daria para soltar
um filme em determinada data se, na semana seguinte, já teríamos que dar
outra informação (e que poderia, inclusive, contradizer a anterior). “Preciso
de algo que seja rápido”, disse a eles. Eu queria a voz de um locutor lendo
um texto com informações básicas que apareceriam na tela. Então foi criada
uma campanha geral em que o elemento principal era um narrador dizendo:
“O Ministério da Saúde alerta: lave as mãos, use álcool em gel”. No começo
era aquilo. E a gente sabia que chegaria a hora em que teríamos de dizer:
“São Paulo, faça isso. Manaus, faça aquilo. Isso é para veicular lá, isso é para
veicular aqui”.
A pandemia teria momentos diferentes, sempre tive essa noção. Então
aquele foi um bom começo. Com isso, o pessoal da Comunicação do Planalto