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Revista Época/Nacional - Noticias
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Davos

e etiquetados para a aplicação.


A ÉPOCA, o pesquisador do Center for Global
Development (CGD), Prashant Yadav, lembrou que o
imunizante da Pfizer/BionTech, produzido nos Estados
Unidos e na UE, tem ingredientes originados no Canadá
e na Áustria. O da Johnson & Johnson é feito na Europa
e finalizado nos Estados Unidos antes de voltar ao
Velho Continente. “Precisam atravessar um oceano.
São centenas de voos só no processo de fabricação das
vacinas”, disse Yadav, que também é professor do
Instituto Europeu de Administração de Empresas
(Insead) e da Harvard Medical School. Já o processo de
produção da vacina da americana Moderna, a partir do
braço europeu da companhia, exige o transporte da
droga da fabricante Lonza, na Suíça, para o
engarrafamento e finalização nas instalações baseadas
na Espanha, até que siga para o centro de logística na
Bélgica, de onde parte para o resto do continente e do
mundo. Uma boa parcela dos trajetos é percorrida em
caminhões. O resto, de avião e navio.


Um dos maiores especialistas em cadeias produtivas do
mundo, Yadav afirmou que os antígenos prontos devem
somar pelo menos 1.000 toneladas. No mundo ideal,
eles serão levados até os destinos de avião, dada a
urgência da pandemia. E a quantidade de voos
necessários para transportá-los dependerá do tipo de
avião a ser usado. Ele calcula algo entre 2 mil e 3 mil
aeronaves lotadas só para as vacinas. A DHL, por sua
vez, aponta que, para distribuir 10 bilhões de doses pelo
mundo, serão necessárias 15 milhões de entregas em
caixas refrigeradas, 200 mil páletes de madeira para
carregá-las e 15 mil voos entre as várias cadeias
produtivas.


Os números assustam, mas esse é um setor que ainda
tem capacidade ociosa a ser aproveitada. No segmento
aéreo, apenas metade da capacidade de transporte está


sendo usada neste momento, já que boa parte das
aeronaves está no solo, segundo a presidente da
Lufthansa Cargo, Dorothea von Boxberg. Com isso,
aviões de passageiros, vazios em razão das restrições
de viagem, estão sendo aproveitados para o transporte
de carga. Os dados mais recentes da Associação
Internacional de Transportes Aéreos (Iata) mostram que
o número de voos de passageiros, que, em 2019, foi de
35 milhões em todo o mundo, caiu para 18 milhões
(47% a menos), em 2020. Os voos de carga, por sua
vez, tiveram um aumento de 14%, passando de 1,2
milhão, em 2019, para 1,4 milhão no ano seguinte.

Até que possa embarcar, a carga precisa de boas
estradas e aeroportos para ser manipulada. Para
cumprir seu caminho, tem de passar por caminhões,
depósitos e armazéns. Se for de navio, também vai ter
de contar com um sistema de infraestrutura eficiente,
com portos e armazenamento adequados. As
dificuldades variam de acordo com cada país. Em nível
global, faltam até contêineres vazios para um transporte
de tal magnitude, avisou o sultão Ahmed bin Sulayem,
CEO da DP World Limited, uma das maiores do mundo.
“A colaboração internacional para a distribuição das
vacinas é muito importante. Nove bilhões de doses já
foram compradas pelas nações ricas. É difícil achar
contêineres vazios”, disse ele durante o Fórum
Econômico Mundial de Davos, realizado neste ano em
versão virtual, justamente por causa da pandemia. Além
da escassez de contêineres, os que restam estão
suprindo demandas localizadas. A retomada da
atividade na China, a segunda maior economia do
mundo — que conseguiu conter o vírus mais depressa
—, pressionou as rotas asiáticas. Isso aumentou os
preços dos fretes em até 125% e desviou os
contêineres para onde o dinheiro está.

Baseado nos Estados Unidos, Robert Coyle, chefe de
serviços farmacêuticos da Kuehne + Nagel, uma das
maiores companhias de logística do mundo, com 130
anos de experiência, supervisiona a parte dos negócios
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