diga seu carma, isso não é você, isso não será, jamais, você. O
que quer que você melhore, o que quer que você faça ou a que
quer que você renuncie, porque o Amor de nada priva, o Amor
preenche e faz desaparecer toda ausência ou toda insuficiência,
aí está a Graça, assim como você a vive por instantes e por
momentos.
O Verbo pede-lhe para ser a Graça e não, unicamente, viver,
por instantes, a Graça. Tornar-se a Graça não é um esforço, é
um relaxamento, é uma evidência, a partir do instante em que
você vê, claramente, o que é do domínio do efêmero e o que é
do domínio da Eternidade. O que lhe dá, a si mesmo, a
possibilidade de ver e de sentir a diferença e as diferenças,
enquanto você não será mais, jamais, indiferente à Graça,
vendo-a em cada coisa, em cada dissociação como em cada
separação, em cada morte como em cada nascimento, de
palavras, de pensamentos ou de seres, tanto em você como em
seu exterior.
Assim se descobre e vive-se o que sempre esteve aí e o que
sempre esteve aberto e que, no entanto, não era visto, o que lhe
dá a ver, em toda manifestação de sua vida como em toda
expressão de si mesmo, o que é do domínio do tangível e o que
é do domínio do intangível. Desse olhar, o intangível torna-se
mais presente do que o tangível, participando do processo da
dissolução, permitindo à Graça não, unicamente, percorrer
você, não mais, unicamente, manifestar-se, mas para que você
seja, realmente, a encarnação da Graça, aqui mesmo, nesse
instante e em todo lugar.