Clipping Banco Central (2021-03-10)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
quarta-feira, 10 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

à época.


"O mercado está reeditando o medo de 2002, mas é
curioso que o mercado não tenha reeditado que o
primeiro governo Lida teve um compromisso fiscal maior
até que o de FHC", diz Fernando Ribeiro Leite, o
professor de economia do Insper em referência ao
governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).


Leite diz, porém, que, no segundo mandato de Lida,
após a crise financeira de 2008, a política fiscal foi mais
frouxa.


O economista vê, no momento, um risco maior em um
segundo mandato de Bolsonaro para o sistema
financeiro do que em um novo mandato de Lida, com
base no histórico de ambos no poder.


"Apolítica macroeconômica foi sólida no primeiro
governo Lida, muito melhor que a de Bolsonaro e
Guedes, que não fazem nada", diz Leite.


Ele vê Bolsonaro como um Kirchner à direita, em
referência aos presidentes peronistas da Argentina
Néstor Kirchner (2003 a 2007) e Cristina Kirchner (2007-
2015), com um desvirtuamento não para os pobres, e
sim para sua base, com destaque para os militares.


Apesar de ter um histórico econômico favorável, Lida é
visto com medo pelo mercado por herança indireta do
governo de Dilma Rousseff (20U2016 ), marcado por
grande interferência na economia, aumento no
endividamento do setor público e uma forte recessão.


"Lida é uma coisa e Dilma é outra. Palocci e Lida eram
mais pragmáticos. Eram. Hoje eu não sei", afirma o
professor.


Antonio Palocci foi ministro da Fazenda no governo Lida
até o início de 2006 e ministro da Casa Civil nos
primeiros meses do governo Dilma. Ele foi condenado
por corrupção e lavagem de dinheiro em junho de 2017
pelo então juiz Sérgio Moro, quando responsável pelas
ações da Lava Jato em Curitiba.


Com a possibilidade de Lida disputar as eleições
presidenciais, o mercado também espera uma maior
polarização política e teme uma resposta populista do
governo Bolsonaro, elevando gastos públicos e a dívida
do governo.

"O problema não parece nem Lida, mas, sim trazer a
discussão eleitoral para agora, o que pode contaminar a
pauta no Congresso", afirmou Victor Scalet, estrategista
macro e analista político da XP.

O temor de que haverá a mistura desses riscos no cinto
prazo repercutiu com força no mercado financeiro no
pregão de segunda (8). Nesta terça (9) o Ibovespa
fechou com ganhos de 0,65%, a 111.330,62 pontos,
após cair cerca de 4% na véspera.

As ações da Vale, todavia, cederam 1%, com o tombo
de quase 10% dos futuros do minério de ferro na China,
com restrições à produção no polo siderúrgico de
Tangshan em meio a medidas antipoluição impactando
esperanças de uma retomada na demanda.

Preocupações com o risco de nova desidratação da
PEC Emergencial, que também pesaram no pregão de
segunda, porém, foram de certa forma amenizadas
nesta sessão, ajudando a Bolsa e o real.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira
(PPAL), afirmou que a ideia do relator da PEC
Emergencial, deputado Daniel Freitas (PSD SC), é
manter com pouca ou nenhuma alteração o texto da
proposta que veio do Senado.

No exterior, os juros dos findos do Tesouro dos Estados
Unidos caíram e endossaram a compras de ações,
especialmente as de tecnologia, que tiveram dortes
quedas nos últimos pregões.

A Bolsa de tecnologia Nasdaq subiu 3,68%. O índice
S&P 500 teve alta de 1,42% e o Dow Jones, de 0,10%.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
Paulo Guedes, Banco Central - Perfil 1 - André Brandão
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