REPORTAGEM | DESAFIO DA AUTONOMIA
O gerador da Honda funcionou, mas exigiu boas horas para entregar a autonomia necessária ao Leaf. Atendimento da CCR à
Dutra levou somente 20 minutos, mas o guincho nos deixou a 32 km do ponto de recarga, o que exigiu novamente o gerador
sem grandes percalços, mas cada
carro gerava uma reclamação dife-
rente. Quem conduzia o I-Pace ficava
frustrado por não poder pisar fundo e
aproveitar os 400 cv do Jaguar. Como
o ar-condicionado tem sua potência
reduzida no modo Eco, o calor tam-
bém foi motivo de crítica no SUV. O
retrovisor eletrônico do Bolt gerou
alguns estranhamentos, mas o cam-
peão de reclamações foi o Zoe.
O modo econômico de todos os
carros torna o acelerador menos sen-
sível e reduz a entrega de potência do
motor. Mas, além disso, o Zoe tam-
bém passa a ficar limitado a 95 km/h.
Por questões de segurança, quem
conduzia o Renault podia desativar o
modo Eco temporariamente, pisando
fundo no acelerador para realizar ul-
trapassagens de caminhões e outros
veículos mais lentos. Mesmo assim, a
letargia francesa incomodou.
Chegamos ao meio do teste, logo
após Guaratinguetá (SP), com um
balanço próximo ao dos números de
fábrica: I-Pace e Bolt eram donos da
maior autonomia, com Zoe e Leaf na
lanterna. Como o Nissan seria o pri-
meiro a ficar sem bateria, escalamos o
editor-assistente Leonardo Felix para
conduzir o hatch em seus quilômetros
finais. “Esperava que ele fosse perder
potência gradualmente conforme a
bateria se esgotasse, o que não ocor-
reu em nenhum momento”, conta
Felix. Mas isso não impediu que o jor-
nalista enfrentasse apuros. “A carga
chegou a 1% em um trecho da rodovia
sem acostamento. Na hora fiquei pre-
ocupado com a chance de não ter um
lugar seguro para recolher o Leaf.”
Felizmente, a bateria se esgotou
- após 248 km – em um trecho com
faixa de domínio livre. Por segurança,
tanto o Leaf quanto os outros veículos
foram sinalizados e ficaram em uma
área gramada próxima à rodovia.
48 QUATRO RODAS AGOSTO