Banco Central do BrasilRevista Carta Capital/Nacional - Economia
sexta-feira, 12 de novembro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco Centralpaíses como o Brasil, mudou seu portfólio e tornou-se
investidora líquida no exterior, com aquisições maciças
de empresas, inclusive brasileiras, do setor elétrico,
entre outros.
As perspectivas são preocupantes e há vários pontos
obscuros. “A questão do Brasil virou um bicho muito
complicado. O País tornou-se um mundo paralelo, não
há o contraditório na mídia”, ressalta De Paula. O
Banco Central está elevando muito os juros e voltando
a ter as taxas estratosféricas do passado, com grande
influência do que faz o Fed, dos Estados Unidos. O fator
Bolsonaro influencia a mudança de perspectiva da
economia. No começo do ano, havia alguma
recuperação, apesar do carregamento estatístico e do
teto de gastos, mas “entramos em uma espiral em que a
cada semana há novos fatos negativos”.
A diferenciação dos fluxos financeiros vai se perdendo e
por isso as políticas macroeconômicas dos países
centrais são cada vez mais importantes para nações
como o Brasil, chama atenção Carneiro. “Será que os
mercados locais vão subsistir a essa mudança, após o
tranco sofrido na pandemia? Eu estou muito
impressionado e pessimista com a possibilidade de se
regular o sistema”, dispara Carneiro. Há “um processo
de histeria do mercado com a história do teto”,
injustificável quando se examinam os dados objetivos.
Não tem nada acontecendo com o risco País, por
exemplo. “Aqui é pior que em outros países, porque o
Brasil foi muito longe na abertura de dentro para fora.
Como é que vamos lidar com essa massa muito grande
de residentes com ativos externos?”, indaga Carneiro.
“Acho que o dinheiro externo não vai voltar e que vamos
ter momentos muito turbulentos”, prevê Prates.
Segundo a economista, a nova categoria de ativos, os
crypto assets, como as bitcoins, já são um ecossistema.
Eles estão sendo chamados de “tulipas digitais”, em
uma alusão, acrescente-se, à famosa crise de
especulação das tulipas, a primeira bolha financeira, no
século XVII na Holanda, quando uma dessas flores
chegava a ser vendida pelo valor do seu peso em ouro.O País deve aprender tanto com os erros quanto com
os acertos cometidos no passado, reforçam os
economistas. A liberalização da conta financeira foi o
pecado capital e os governos FHC e Lula aprofundaram
a dependência financeira, sublinha De Paula. Em 2006,
o governo permitiu que 30% da receita de exportação
ficasse no exterior, depois autorizou que se deixassem
100% lá fora e, com isso, não internaliza boa parte das
divisas obtidas.Há destaques positivos. Uma experiência no governo
Dilma mostrou que, quando se usam controles de
capitais, regulação prudencial dos bancos e regulação
de derivativos, é possível abrir algum espaço de política,
chama atenção Prates. Além disso, diz, foi o único país
que adotou IOF nos empréstimos intracompanhia, em- Por outro lado, prossegue a economista, o
dinheiro estrangeiro começou a ingressar para a compra
de títulos públicos brasileiros quando o governo Lula
aboliu, em 2003, o Imposto de Renda sobre
instrumentos de portfólio estrangeiro, “um controle de
capitais às avessas”.
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