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(Antfer) #1

EDITORIAL - O condenado e o capitão


Banco Central do Brasil

Revista Isto é/Nacional - Editorial
sexta-feira, 12 de novembro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Carlos José Marques

Levante a capivara de crimes, desvios, esquemas,
acusações e condenações do mais novo dileto parceiro
de jornada política do cegamente reverenciado capitão
Messias “mito” Bolsonaro. É de cair o queixo e
esbugalhar os olhos de qualquer um. Estamos falando
— claro! — de Valdemar da Costa Neto, nome icônico
das trevas da malandragem, antológico ficha-suja, o
mensaleiro-mor, aliado guloso nas tramoias do
malfadado demiurgo de Garanhuns, Luiz Inácio Lula da
Silva. Isso mesmo! De uma ponta a outra, no arco de
extremismos ideológicos, foi quase um pulo para
Valdemar. Sem saudosismos, receios ou peso na
consciência. Apenas, dada à conjuntura, aos agrados e
gracejos de um certo capitão, mudou diametralmente de
lado. Encantou-se. Apaixonou, digamos assim, para
ficar na linguagem tão ao gosto e peculiar do inquilino
acidental do Planalto. Fazer o quê? Vida que segue.
Virou casaca, como no dito popular, espertamente, para
aboletar-se no poleiro de quem paga mais ou pode lhe
render maiores dividendos. Simples assim. Quem há de
lhe jogar pedras por isso? Só quem não o conhece. O
Valdemar do qual tratamos aqui é também ex-
presidiário, note só! Mofou um bom tempo na cadeia
para cumprir parte da pena de sete anos que lhe foi
dada por um naco dos crimes dos quais lhe acusam. Os
demais seguem na morosa análise processual ou
descansam nos escaninhos da Justiça. Valdemar foi
assim, como é típico dos colarinhos brancos com
interligações influentes na alta-roda brasiliense, logo
beneficiado com o regime semiaberto, em troca de
trabalhos nada forçados na padaria de um amigo. De
novo: de padeiro a parceiro preferencial do presidente,
sem escalas. Lá atrás, teve apenas de ostentar, com a
discrição devida, mas não sem a galhardia de quem
parece acreditar que carrega um troféu por bom
comportamento, a tão em voga tornozeleira eletrônica.
Saiu barato! Cumprido o prazo inicial, terminou (como
se diria) no Irajá, beneficiado por um indulto mal-
ajambrado. Valdemar é, indiscutivelmente, um prodígio
da política rasteira. Com os trunfos que nunca perdeu,
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