Clipping Banco Central (2021-11-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Meio & Mensagem/Nacional - Noticias
sexta-feira, 12 de novembro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

M&M - Como dólar e inflação em alta


pressionam o ambiente de negócios?


Fernando - A inflação está ba-


tendo 10%, mas eu previa perto de 4%, ano que vem,
em razão da tranquilidade do cenário, isso com o
Banco Central (BC) elevando os juros para 9%, 9,5%.
Porque uma parte importante da inflação vinha de
choques. Os preços de alimentos subiram no mundo;
teve o choque da energia elétrica, a escassez de chuva
produzindo isso. Os preços de automóveis estão
superelevados por problemas nas cadeias de ofertas e
tem a parte dos combustíveis, que também está
pressionando. São pedaços da inflação devido a
choques e pedaços por conta do câmbio, que
desvalorizou em função das dúvidas fiscais. Ainda acho
que a economia desinflará, porque alguns desses
choques se dissiparão. Mas o risco de a inflação ser
mais persistente aumentou, porque de um lado teremos
mais gasto público em 2022, e não só por causa dos
vulneráveis, tem os precatórios, que ficarão fora do teto,
e uma maior incerteza sobre a taxa de câmbio. Se
estava seguro com o câmbio nos R$ 5,40 ou R$ 5,50 e
que cederia, bateu R$ 5,70 recentemente e agora não
sabemos onde vai parar. Tem outro componente, que é
muito conceitual, mas verdadeiro. Quando há certa
desorganização das contas públicas ou risco disso, as
expectativas pioram e há uma deterioração do quadro
de inflação. Hoje, vejo inflação na casa de 4,5% ou 5%.
O BC divulgou em 9,1%; houve pico de 9,5%. No caso
do câmbio, tem dois componentes importantes. Com
tudo que aconteceu recentemente era para estar indo a
R$ 6, R$ 6,15. Em março, na confusão da aprovação da
PEC Emergencial, o dólar quase bateu R$



  1. Por que o câmbio explodiu lá em mar-


ço e não agora? Porque a taxa de juros já mudou muito.
Em março, era 2%. Hoje, já é 7,75% e os mercados
acham que vai a 11% ou 12%. O juro importa muito
para conter o câmbio. Se tem uma taxa mais alta, é
difícil especular contra a sua moeda, afinal, se estou


pagando juros, quero ter reais me rendendo um juro
mais alto, não quero ter dólares. O juro mais alto evitará
que tenhamos o câmbio muito desvalorizado ano que
vem, então, não o vejo muito acima de R$ 5,60, R$
5,70; mas a eleição pode trazer volatilidade aos
mercados, e dependendo das declarações de quem
estiver liderando as pesquisas - Lula, Bolsonaro,
terceira via, quarta via -, essas declarações têm
potencial para mexer na moeda. No vetor econômico
estou mais ou menos tranquilo, o político dependerá
muito de como serão essas declarações mais lá na
frente. Nossos leitores e investidores têm que se
preparar para um ano volátil no câmbio também.

M&M - A imunização está se ampliando,

o que traz maior esperança na retomada econômica.
Mas como a indústria poderá

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