Danielle Steel - As Irmãs PT

— Okay, ignorem-me. Eu mesma vou arranjar uma empregada.
Além disso, pretendia arranjar também um emprego, apesar de só Deus saber que espécie
de trabalho poderia haver para si naquela cidade.
Nessa tarde foram os cinco ao cinema e quando saíram, Tammy reparou que Annie já
adquirira mais prática com a bengala. As três semanas que passara na Parker School já
faziam sentir uma boa diferença. Annie sentia-se mais à vontade a deslocar-se pela casa,
usava o microondas com facilidade e aprendera vários truques muito úteis. Divertia-se
com Baxter quando estava na escola e ele visitava-a com frequência aos fins-de-semana.
Não voltara a encontrar Brad Parker. Ele tinha mais que fazer do que conversar consigo.
O filme que foram ver não foi muito divertido para Annie, mas ela também foi para poder
passar algum tempo com eles. Além de que conseguia acompanhar o enredo limitando-se
a ouvir o diálogo, muito embora comentasse no fim que o filme era estúpido. Depois do
cinema, foram juntos comer uma piza e Candy meteu-se com Chris por causa do seu
harém.
— As pessoas ainda vão começar a pensar que eu sou um chulo de primeira categoria —
queixou-se Chris.
No entanto, as quatro irmãs ficavam grudadas umas nas outras como cola. Agora que
viviam juntas, Chris mal tinha tempo para estar a sós com Sabrina. Não se queixava disso,
mas fazia-lhe sentir que reparava no facto. E antes da chegada de Tammy, sendo obrigada
a cuidar de Annie, Sabrina raramente passara uma noite com Chris em casa dele.
Era domingo à noite, por isso Chris voltou para sua casa nessa noite, depois de ter passado
algum tempo a sós com Sabrina no quarto dela. Sempre que entrava naquela casa, havia
alguém por perto, na cozinha, no escritório, na sala de estar, na sala comum, na sala de
jantar. Havia muita gente a morar debaixo do mesmo tecto. Chris tentava não se importar
com isso, mas Tammy sugerira a Sabrina que ela não deveria forçar a situação.
— Afinal de contas, ele é um homem, Sabrina. Deve ficar chateado ao ver-nos a todas,
sempre que quer ficar contigo. Porque não vais ficar a casa dele com mais frequência?
— Sinto saudades vossas quando estou em casa dele.
Sabrina tinha uma percepção constante de que aquela situação seria provisória e apenas
por um ano. Contudo, Tammy não estava certa de que Chris estivesse bem ciente disso.
Tammiy achava que, por vezes, ele parecia aborrecido com tudo aquilo, mas Sabrina não
era da mesma opinião.
— Tu conheces o Chris melhor do que eu — disse-lhe Tammy — mas eu não esticaria
demasiado a corda se estivesse no teu lugar. Um dia destes, é bem possível que ele acabe
por desvanecer-se em fumo.
Na manhã seguinte, Tammy fez o que prometera e telefonou para a agência solicitando
uma empregada. Explicou a natureza do que pretendia e a dona da agência disse-lhe que
tinha duas candidatas que talvez lhe conviessem. Uma delas era uma mulher que
trabalhara num hotel durante dez anos e não se importava de trabalhar para muitas
pessoas. No entanto, só estava disponível duas vezes por semana, o que não era
suficiente. Tammy achava que elas iriam precisar de uma pessoa que fosse todos os dias.
Com quatro pessoas a morar ali em casa e com Chris a ir lá bastantes vezes, havia muita
coisa para fazer. A outra candidata era um pouco mais "insólita", como ela mesma disse.
Era japonesa, não falava inglês, mas era asseadíssima e trabalhava como uma moura.