Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

Ele ficou intrigado com Tammy. Era uma mulher extraordinária. Era apenas alguns anos
mais velho do que ela e acabara de se mudar, vindo de Filadélfia. Tammy também gostou
dele e achou que ele tinha um ar relativamente normal, o que significava apenas que era
um tarado disfarçado, já que Tammy o achava engraçado.
— Escute, hum... Vou passar o Natal com a minha família em St. Bart's. Gostaria muito de
vê-la quando regressar, depois do Ano Novo. Seria giro voltar a vê-la depois disso.
— Não se preocupe — respondeu Tammy, sorrindo-lhe. — Não saio com ninguém na
véspera de Ano Novo desde o jardim-infantil. E choro sempre que oiço o "Auld Lang Syne".
Divirta-se em St. Bart's.
— Eu telefono-lhe quando voltar — prometeu ele, o que Tammy sabia ser a versão
educada de "Espero nunca mais te pôr a vista em cima e vou deitar o número do teu
telemóvel pela sanita abaixo, ou dá-lo a comer ao meu gato."
Tammy não pensou mais no assunto, nem achou tão-pouco que voltaria a ter notícias
dele. Era demasiado giro e parecia ser demasiado normal. Não parecia um vegetariano,
nem alguém que ministrasse clisteres para se purgar.
— Obrigada por ter vindo assistir ao programa — agradeceu Tammy com educação,
apressando-se a correr para resolver as crises habituais; depressa se esqueceu dele.
Dissera-lhe chamar-se John Sperry e Tammy tinha a certeza absoluta de que nunca mais
iria vê-lo.
As irmãs partiram todas juntas para Connecticut no dia seguinte. Chris foi com elas e
foram todos juntos à missa do galo, com o pai. Foi um momento solene pensarem na mãe,
depois de terem ido à missa com ela naquela mesma igreja todos os anos. Tammy ergueu
os olhos e viu que o pai estava a chorar. Enfiou a mão na curva do braço dele e abraçou-o.
E no momento da saudação da paz, todos se abraçaram. Foi um momento pleno de
recordações e de amor e, à sua maneira, cheio de esperança. Ainda estavam todos juntos
e ainda se tinham uns aos outros, acontecesse o que acontecesse.
O tempo estava frio em Connecticut e nevou por diversas vezes durante o fim-de-semana.
As raparigas e Chris embrenharam-se numa luta de bolas de neve e construíram um
boneco de neve. Finalmente, o pai parecia já estar mais conformado, regressando ao seu
antigo estado. Foi um fim-de-semana de Natal perfeito para todos eles. Reuniram-se à
volta da mesa da cozinha no último dia e comeram um lauto almoço que todos tinham
ajudado a preparar.
Sabrina reparou que o pai estava muito calado. Partiu do princípio de que a razão se devia
ao facto de elas se irem embora e ele ficar sozinho outra vez. Sabrina sabia que o pai
detestava estar sozinho. No fim do almoço, o pai pigarreou, para aclarar a garganta,
constrangido e pouco à vontade e disse que tinha algo a comunicar-lhes. Tammy estava
com receio de que ele fosse dizer que ia vender a casa e mudar-se para a cidade. Ela
adorava aquela casa e não queria que o pai a vendesse. Tammy esperava que não fosse
isso.
— Não sei como hei-de contar-vos isto — disse Jim em voz triste. — Vocês são todas
muito boas para mim e eu amo-vos muito. Não quero parecer ingrato.
O pai parecia estar quase a chorar e os corações das filhas apertaram-se com pena dele.
— Os últimos seis meses foram os mais terríveis de toda a minha vida, sem a vossa mãe.
Houve momentos em que cheguei a pensar que não conseguiria sobreviver. E depois

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