te telefonar — disse Chris, hesitando. — Também tenho pensado bastante sobre tudo o
que aconteceu. Detesto desistir do que quero realmente e tu também devias sentir o
mesmo. E se formos viver juntos por uns tempos? Não para sempre, mas talvez por seis
meses, até te habituares à ideia. Talvez quando tu e as tuas irmãs tiverem que entregar a
casa. Podíamos experimentar por uns tempos. Se quiseres, podíamos viver aqui. Ou
então, podíamos arranjar uma casa só para nós. Não sei. Talvez a papelada não seja tão
importante como eu penso que seja. Talvez nós devêssemos apenas morar juntos, para
vermos o que acontece. E talvez, então, tu não sentisses tanto medo de dar o passo
seguinte.
A voz dele fraquejou quando Sabrina acenou que não com a cabeça.
— Não faças isso, se não é isso que queres. Não te contentes nem te acomodes, Chris —
retorquiu Sabrina infelicíssima, tentando defender os interesses dele, porque o amava,
mas estes estavam em conflito com os seus próprios interesses.
— É a ti que eu quero — afirmou Chris, claramente. — É tudo o que eu quero, Sabrina. É
tudo o que eu sempre quis desde o dia em que te conheci. Tu e a tua vida louca, as tuas
irmãs, o teu pai, a nossa cadela tonta... e um dia, os nossos filhos. Tu cuidas das tuas irmãs
como se elas fossem tuas filhas. Deixa-as crescer. Assim como assim, é o que vai acabar
por acontecer com elas. Podíamos ter filhos nossos.
— E se eles nos odiarem? Ou se forem viciados em drogas, ou delinquentes juvenis? Isso
não te assusta?
Os olhos de Sabrina eram como dois lagos escuros de medo. Chris sentiu pena dela e teve
vontade de rodeá-la com os seus braços. Mas não o fez. Continuou a olhá-la, desejando
que tudo aquilo fosse mais fácil para ela.
— Se for contigo, não tenho medo — respondeu ele com clareza. — Nada me assusta ao
teu lado. E se eles forem delinquentes juvenis, livramo-nos deles e arranjamos outros —
rematou Chris, sorrindo para Sabrina. — Eu só te quero a ti, meu amor. Da maneira que
for melhor para ti e como quiseres. Se preferes que vivamos juntos, então vamos fazer
isso. Só me promete uma coisa, se tivermos filhos, casamos. Gostaria que os meus filhos
fossem legítimos. Um dia, mais tarde, isso pode ser muito importante para eles.
Sabrina assentiu com um aceno de cabeça e sorriu devagar para Chris.
— Talvez depois de seis meses a vivermos juntos, eu me sinta bem e pense de maneira
diferente.
— Espero bem que sim — respondeu Chris e depois levantou-se e foi sentar-se ao lado
dela.
Chris rodeou-lhe os ombros com o braço e abraçou-a, ao mesmo tempo que Sabrina
encostava a cabeça ao seu peito. Este era o pedaço dela que lhe faltara desde a véspera
de Ano Novo. Perder Chris fora pior do que perder um dos seus membros.
— Desculpa-me por ter sido uma imbecil na véspera de Ano Novo — disse Sabrina em voz
baixa. — Fiquei assustada.
— Eu sei. Está tudo bem, Sabrina. Vai ficar tudo bem... vais ver...
— Como podes tu ter tanta certeza e eu ser tão esquisita?
No entanto, acontecera muita coisa no passado ano que a assustara mais do que nunca.
Com a morte da mãe, Sabrina sentia-se ainda mais assustada do que antes. Tudo aquilo
tinha-a arrasado e desconcertado de alguma forma. Além disso, Chris tinha razão. Sabrina
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1